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04/12/2012

Rodízio de pizzas da Oca de Savóia


Não precisa ser nenhum frequentador assíduo do Cinéfilos Famintos para saber que meu forte não é o almoço. A Luciana até tenta e faz umas matérias no horário do meio dia (vide Pueblo, Café da Protásio, etc.). Nada pessoal, mas realmente não sou de sair para almoçar, não gosto (mais do que isso, gosto de almoçar sozinho... não adianta, é um hábito do qual eu gosto, não me sinto mal, chateado, não acho depressivo como muitos consideram fazer uma refeição sozinho, às vezes no mais puro e agradável silêncio). Obviamente, se você me convidar para ir naquela minha trinca mágica e sempre espetacular na opinião desse humilde blogueiro (ah tá, vai dizer que não sabe que a trinca é composta pela variedade do Dado Bier, pelo padrão Outback e pelo afastado, mas saboroso e matador Applebee’s? Pois bem, essa é a minha trinca mágica, tipo um teorema de Pitágoras da gastronomia, não tem como errar) dificilmente irei recusar. Outra exceção foi aberta (fundamental: avisar com antecedência, decisões no dia... eu respeito, mas não consigo mudar meu planejamento em cima da hora), e assim fomos para almoçar em função do aniversário de amiga e colega de trabalho. Almoço de firma, lá vamos nós para a Oca de Savóia.



Dito isso, lembro-me do Woody Allen que falava que o sol é carcinogênico, que o sol é a desgraça de sua existência e outras verdades. Olhei essa poça e fiquei feliz.


Mais do que isso, lembrei-me do crítico de cinema, jornalista e amigo @clickfilmes (vulgo Andrey Lehnemann) que falou certa vez, de forma brilhante, a respeito de certo movimento da natureza: “A chuva é uma das coisas mais subestimadas desse século. Para mim, ela traz felicidade, beleza, magia... Deveria ser mais respeitada!” Concordo plenamente, nada disso posso dizer a respeito do astro solar amarelo, que me traz desânimo, marasmo e outros!


Assim sendo, foi com muita satisfação que fomos almoçar em um dia plenamente chuvoso (se você não notou isso pelas fotos uma pena, o dia realmente estava maravilhoso).


Chegamos cedo, pudemos observar as mesinhas próximas, umas as outras.


Nos ambientes sempre ficam televisões ligadas, exibindo alguns clipes e similares.


No almoço, o local serve rodízio de pizza, além de ter um mini buffet com saladas e algumas comidas quentes.


A parte das saladas...


E a ‘outra’ parte (embora aqui parecesse estar faltando comida, o buffet era reposto com frequência. E um ponto positivo e negativo: servem filé a parmegiana no buffet, ótimo isso. Infelizmente em porções enormes, o que fez este vos escreve pular essa prova, visto que o foco deveria ser – e foi – comer pizzas).


Fui de batata com molho branco, peixe e uns tomates... acho que estava sem tanta fome no dia...


Outro ponto interessante do local é o refrigerante com refil grátis (e com o valor já incluso no valor do rodízio), que fica ao lado do buffet. Vai lá e se serve a vontade de Coca, Fanta e outros... delícia (como bom fã de Applebee’s e Outback e refil de refrigerante grátis, aqui não poderia ser diferente... ‘OS GORDOS COMEMORA, É NÓIS!’).


Depois de já ter circulado pizzas de mussarela, 5 queijos, presunto e ainda milho, finalmente fui na primeira fatia, alho e óleo. Cumpriu parcialmente a missão, estava boa. Agora alho e óleo boa é aquela de ficar bafão, de queimar com o alho na garganta e outros... a alho e óleo da Oca de Savóia não espanta nem filhote de vampiro-emo-vulgo-crepúsculo (sinto muito pessoal, é a mais pura verdade).


Frango com requeijão, aprovado e levemente crocante.


Nisso foi possível notar que não existe (ou existiu, naquele momento) um timing em servir a pizza: ora serviam várias seguidas, ora a folga era superior a 5 minutos entre uma rodada e outra, algo a ser corrigido, urgentemente.

Retomando os trabalhos, vamos de estrogonofe? Tranquilo, molhada e com boa quantidade de carne, bem boa.


Nisso observamos os condimentos. Mas viram que na foto falta algo? Pois é, não tem nem um cortador de condimentos, uma tesoura pequena que seja. Outro ponto a ser revisto pelo local, essa coisa de cortar sache com a faca ou ainda com os dentes, é algo tão legionário, um jeito Conan de ser cortar com os dentes... um troço do naipe anos 80, um tanto quanto ultrapassado... Sr. Oca, Dona Savóia, favor rever os conceitos do local, a freguesia 2012 agradece.


Mais pizzas!


Nessas fui lá pegar mais batata e peixe, para fugir a jogada de sempre pizza... devo dizer que essa berinjela picante e a pizza Cleópatra (com queijo, manjericão e chester) fizeram uma bela combinação!


O cardápio da Oca de Savóia ganha pontos por ser direto e eficiente. Por outro lado, podemos afirmar que não passou cebolinha na manteiga, nem rúcula com tomates secos, além de não ter coração de galinha como opção (bah... cadê a pizza de coração?).


Nisso vamos para as doces, peguei pouco porque não me empolgou.

Provei chocolate com morango: pequenos morangos e chocolate estranho. Pizza estava fria, não estava morna nem quente, fria.


Pizza com sorvete de creme: boa, melhor que a anterior.


E fechei por aqui, mas ainda com tempo de tirar foto da pizza de m&m’s que foi servida também...


No fim das contas, tudo saiu por R$ 26,95, incluindo 10%. A Oca de Savóia, pelo que preço que oferece, cumpre bem o seu papel, embora pudesse corrigir algumas falhas, conforme apontado no texto. Coisas simples e que podem ser melhoradas sem grandes esforços ou compensações financeiras. Se gostei de ter conhecido o local? Sim, sempre é válido. Mesmo que tenha sido no almoço, foi um almoço de firma e de quebra, comemoração de aniversário (Paty Vidal, aquele abraço, by ‘um gordo feliz’!). E claro, tudo isso não seria suficiente se o clima não estivesse ajudando. E assim como escreveu Eduardo Sacheri, de forma arrebatadora, emocionante e tudo mais, em sua obra La Pregunta de Sus Ojos (que posteriormente geraria o filme O Segredo de seus Olhos, com Ricardo Darín, Oscar de filme estrangeiro, entre outras informações):

“Nunca pude soportar ver salir el sol después de una tormenta. Mi idea de un dia de lluvia es que debe llover hasta la noche. Que el sol salga a la mañana siguiente, vaya y pase, pero ¿así?... Que el sol interrumpa donde nadie lo llama... En los dias de lluvia el sol es un intruso imperdonable.”

‘Em dias de chuva, o sol é um intruso imperdoável!’ Felizmente nesse dia o sol limitou-se a ficar escondido, em sua real insignificância, e a chuva, essa sim, dominou plenamente, soberana e sem ressalvas... que dia maravilhoso esse com que a natureza nos brindou!


Dito isso, mantendo o clima que reinava na cidade nesse dia, eu precisava manter a linha, precisava falar de algo empolgante, motivador, alegre... o clima me deixava assim. Pensei em falar de Até Chuva, que vi no Festival de Filmes Bourbon (festival tão bem divulgado que a sessão teve 4 pessoas, sendo o pessoal oferecendo ingressos gratuitos para estudantes e outros), pensei ainda em falar sobre Kirsten Durst nua e encantadoramente depressiva no igualmente depressivo (e assim sendo, formidável) e agradável Melancolia, de Lars Von Trier. Mas dia desses revi o interessante Identidade que, entre outras qualidades, tem a chuva como elemento marcante do cenário.

Observamos em Identidade várias histórias acontecendo em paralelo: observamos as vésperas do julgamento de determinado paciente acusado de matar várias pessoas no passado; Enquanto isso, na beira de estrada observamos um acidente de carro, uma suposta prostituta em seu veículo que quebrou, uma família que para na estrada em função do pneu do carro ter estourado, pelo menos um presidiário... todos no fim das contas, acabam se encontrando em um motel de beira de estrada e aos poucos, mortes começam a acontecer, sem se saber ao certo quem é de fato o assassino.


A referência a O Caso dos Dez Negrinhos de Agatha Christie é inegável, embora aqui atinja outros patamares, outros parâmetros de suspense, além do óbvio “quem está matando todo mundo?”.

Um dos grandes méritos do filme, sem dúvida, é a direção de arte e os efeitos sonoros, ressaltando de maneira impressionante o ambiente de um motel de beira de estrada, em um terreno isolado, onde a única companheira do local é uma violenta e intensa tempestade.

Apesar de o diretor James Mangold tentar estragar o filme em diversos momentos (com a falta de sutileza, a trilha sonora antecipando cada morte, os excessivos close-ups), Identidade é um ótimo filme de suspense, com tensão planejada e com desfecho satisfatório, para não dizer ambíguo. E claro, carregado de muita, muita chuva!!!



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