Depois
de meses adiando a visita ao local, fomos conhecer o Boteco Pedrini da Protásio
Alves... foi um espetáculo!
De
cara, uns banquinhos para aguardar, caso esteja lotada a casa...
Como
foi possível perceber, ali pelo meio da tarde o local já abre, gosto disso... chegamos
pouco antes das 18h30, tempo suficiente de registrar umas imagens do local
ainda não lotado... de um lado, área mais voltada para fumantes...
Ficamos
aqui na parte dos não fumantes...
Achei
bala essa jogada da arquitetura no local, que no meio de determinada área temos
parte de uma grandiosa árvore, que segue fora do restaurante...
Falando
do ambiente, mais um daqueles momentos ‘detalhe na iluminação’:
Mas
para mim Pedrini é um ótimo local pelo ambiente, pelo clima e principalmente,
para comer bem... cara, manda ver aquela Bohemia, para começo de conversa... enquanto
não traz, gostei que o treco que fica embaixo do copo é personalizado, com o
logo do restaurante, isso é reforçar ainda mais a marca do estabelecimento,
mandaram bem!
E
ae chegou nossa entradinha, bem de canto e sossegada... umas azeitonas,
cebolinhas, queijo, ovo de codorna...
Mas
será que ficou claro o protagonista do pedido? Vale um novo olhar, uma nova
foto: camarão
a milanesa! Muito, muito bem servido e isso que pedimos meia-porção...
e acompanhava tudo isso que temos na volta.
Entre
um camarão e outro, um tapa na Bohemia, bem gelada e na medida.
Para
o prato principal pedimos algo clássico do Pedrini, que reza a lenda que existe
desde o primeiro dos bares abertos, em 1960. Algo que vem em uma generosa
panela de ferro...
Pois
é... se tu pensou em qualquer coisa menos pizza, errou... rs
A
pizza fica lá, fervendo e mantendo o sabor enquanto saboreamos outras partes...
pedimos uma de coração
de galinha, sempre muito saborosa.
A
pizza fica lá, fervendo e mantendo o sabor enquanto saboreamos outras partes...
pedimos uma de coração
de galinha, sempre muito saborosa.
E
já estávamos super satisfeitos, acabou sobrando um bom bocado para o café da
manhã, digamos assim...
Embalagem
na mão, fui pagar a conta: 127 reais (contando tudo, camarão, pizza, duas
Bohemias e mais dois docinhos para viagem, mas que foram comidos de forma tão
rápida que nem entrou para o click do Cinéfilos Famintos... erro feio esse,
comer sem tirar a foto!) resolveu tudo. O Pedrini é um baita local para ir no começo da
tarde, no fim da noite, para comer uns petiscos ou aquela super refeição... e a
filial Petrópolis, na descida da Protásio Alves, logo depois do Barranco... aprovadíssima!
Deixo
agora com vocês minha crítica sobre o filme Detona Ralph, publicada
originalmente no Fila K.
Sou velho, fato. Mas não sou daqueles que soltam
reclamações nostálgicas como: “na minha época se jogava bola ou bolita na rua,
não tinha computador, televisão e videogame”. Videogame. Na minha época tinha
sim videogame. Cheguei até a jogar ODISSEY na praia, na casa de um vizinho e
posterior amigo. Mas bala mesmo era o Atari. Ali eu aprendi a correr de carro
na neve (Enduro), a colocar gasolina no avião e desviar dos tiros (River Raid),
a perseguir ladrão e desviando de obstáculos (Polícia e Ladrão), atravessar a
rua sendo uma galinha (Free Way)... Parte dos meus anos 80 foram assim. Os anos
90, um pouco menos: a coisa já era mais tiroteio em linha reta e encontrar o
chefão ao final da fase (Contra, Streets of Rage)... tive minhas fases de Atari
e Nintendo. E fui aos poucos largando esse mundo mágico dos games para encarar
obrigações profissionais, sentimentais, familiares... A criança some, o adulto
surge. Assim sendo, é um frescor tão divertido quanto sair correndo e pegar
anéis dourados é ver um filme como Detona Ralph.
Na animação dirigida por Rich Moore, observamos
Ralph: 3 metros de altura, 300 kg, braços enormes... nada o favorece para ser
um mocinho. E ele não o é mesmo. Há 30 anos é o vilão de Conserta Félix.
Enquanto Félix conserta o prédio do game homônimo, Ralph tem por objetivo
destruí-lo. Assim não é surpresa ele passar por uma crise de existência, onde
não quer ser sempre o vilão, e sim fazer o bem para ganhar uma medalha de
honra, que só os heróis ganham. Para tanto, Ralph vai atravessar mundos, fazer
uma importante amizade e até refletir sobre até que ponto ser vilão é ruim.
Tendo em vista toda a evolução do mundo da
tecnologia (e por consequência dos videogames), uma história apenas no mundo
dos 8 bits soaria meramente nostálgica. Assim, o roteiro de Jennifer Lee e Phil
Johnston vai além: na ideia de Ralph alcançar seu objetivo, o protagonista
adentra em Um Mundo Sombrio, cheio de tiroteios e monstros voadores, para
posteriormente cair em outro mundo, o “Sugar Rush” (ou por aqui, A Corrida Doce),
onde conhecemos um pouco mais de Vanellope, a garota que quer a todo custo
conquistar sua corrida. Os personagens podem ir de um jogo para outro através
da estação de games, eles viajam pelos fios das tomadas (mas não é encorajado
que eles o façam).
A fotografia da animação é de encher os olhos.
Mais do que isso, além de deslumbrante, é um trabalho de detalhes: no Mundo
Sombrio (com uma heroína que parece um misto de Lara Croft/Tomb Raider com a
Alice de Resident Evil), há uma paleta de cores em tons escuros, repleto de
efeitos visuais modernos e tiroteios variados. No mundo das corridas, existe
uma ambientação alegre, com cores vivas, propositadamente exageradas.
Mas o mundo de Ralph é o mais empolgante e
trabalhoso de todos: o mundo de 8 bits é composto por cores mais comuns, sem
grande brilho. Nisso é preciso destacar que grande parte dos personagens tem
seus movimentos geométricos, quadriculados, lembrando exatamente os games dos
anos 80. Mais do que isso, os personagens coadjuvantes seguem suas vidas nos
jogos da mesma maneira ao longo das três décadas, e quando um deles nota a
falta de Ralph, outro imediatamente diz: “não interessa, sigam a programação”.
Mesmo tendo nos apresentado ambientes diversos,
o foco é o ambiente de Ralph. E é nesse mundo que observamos as maiores
referências: logo nos primeiros minutos testemunhamos uma inusitada reunião dos
“vilões anônimos”, onde encontramos, entre outros, Zangief, Mister Bison,
Robotnik e Bowser. Estas referências servem não apenas para deleite dos fãs (mais
velhos), mas também para deixar mensagens ao longo do caminho de nosso
protagonista. Para mim, a melhor delas é a deixada por Sonic em um anúncio
enquanto Ralph transita pela grande estação de games (estação essa que
visualmente nos apresenta uma similaridade até incômoda com a central de
trabalho do filme Monstros S.A.): se você morrer fora do seu jogo, não vai se
regenerar. Ora, a mensagem é clara: todo mocinho que morre tem vidas extras,
mais chances para passar de fase; com o vilão é game over!
É claro que, como a maior parte das animações da
Disney, o humor é o que se destaca no longa. Não faltam piadas envolvendo os
famosos bugs e tilts como frequentemente acontecia
com os games dos anos 80/90, e Detona Ralph ainda
faz humor com a atualidade: quando Vanellope sofre um suposto “bullying” de
outras competidoras da corrida doce, ela se defende alegando ter “pixelepsia”.
Um dos momentos mais geniais envolve os primórdios do Youtube, sobre o que
acontece quando se mistura refrigerante de cola e pastilhas de mentos (em uma
cena que acaba sendo fundamental no 3º ato do filme).
Com o protagonista sendo um vilão e o impacto
que isso poderia gerar com o público infantil, Ralph é um vilão, sim, pois o
mundo assim o quis (ou se preferirem, os meios justificam os fins), mas no
fundo ele não passa de um gigantão de bom coração, gente boa e ingênuo. Um
vilão, mas com miolo mole, como bem define Vanellope. O único real momento em
que Ralph lembra algo “mau” é quando o mesmo afunda em um lago de chocolate,
onde escutamos uma curiosa gag sonora (vejam o filme e irão
reconhecer na hora esse momento).
Entre tantas virtudes do longa, é necessário
comentar o aspecto negativo do mesmo: a personagem Vanellope. Mesmo que se
justifique como peça fundamental da trama, Vanellope é aquele tipo de
personagem irritante em cena, que mesmo em seus bons momentos não se sobressai
a sua presença que beira o superficial em certos pontos do filme (fazendo com
que me lembrasse de Jar Jar Binks até – tirem suas conclusões). Aqui cabe uma
nota: assisti ao filme na versão dublada, o que além de prejudicar em possíveis
trocadilhos/piadas sobre o mundo dos videogames, pode ter piorado na questão da
personagem citada. Quanto ao 3D do filme, não encontrei nada muito relevante
que justificasse a escolha do formato em detrimento do 2D.
Tendo em seu 3º ato a lembrança de uma passagem
importante do “gigante miolo mole”, e que define parte de seu caráter (“Eu sou
mau e isso é bom, eu jamais serei bom e isso não é ruim. Eu não preferiria ser
ninguém além de mim.”) e uma pequena reviravolta, Detona Ralph é um filme para crianças e adultos,
mas que funcionará muito melhor se, nos últimos 30 anos, você em algum momento
foi fanático por videogame. Se não, funciona igual, mas se você passou a
infância ou parte da adolescência em meio aos games, vai ficar alegre feito
Sonic observando milhares de moedas douradas a sua volta, pronto para correr e
abraçar todas elas.
Melhor que isso só se Ralph tivesse uma parceria
a altura, pois se Mario tem seu irmão Luigi para ajudá-lo nos problemas de
encanação e outros, é muita sacanagem largar uma garota irritante para o nosso
gigantão: é abusar de seu cérebro de miolo mole!
P.S.: o longa é precedido pelo belo curta O Avião de Papel. Lembrando uma das principais
características de O
Mágico (ambas as
animações são mudas), o curta tem uma trilha sonora envolvente e crescente ao
longo da projeção. O Avião de Papel, quem diria, traz um surpreendente
desfecho: no fim das contas é o nosso trabalho que muitas vezes nos salva e
abre portas para, entre outras coisas, uma chance para o amor.
P.S. 2: Não existe propriamente uma cena
pós-créditos, mas a última cena do longa faz uma referência a algo muito comum
nos videogames das gerações de 8 bits.
Crítica originalmente
publicada no Fila K em 31/12/2012.
Avenida
Protásio Alves, 1472 – Petrópolis – Porto Alegre/RS
Fone:
(51) 3072 2790
Horário
de funcionamento: diariamente a partir das 16h
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