Tem
local especializado em dezenas de cervejas, com trocentas torneiras de chopp e
comida de qualidade? E ainda é ali no Moinhos de Vento, em volta do Parcão?
Demorou, vamos lá conhecer o Lagom Brewery & Pub Moinhos!
AVISO
IMPORTANTE: Prezado leitor, a matéria abaixo foi elaborada sob forte teor alcoólico.
Salientamos que a redação mantida pela matéria é a mais fidedigna possível,
tentando ressaltar o baita local que é o Lagom. Entretanto, você encontrará fotos
desfocadas e ainda com qualidade inferior (visto que a bateria acabou e esses
Cinéfilos Famintos não estavam preparados para um Plano B), de celular. Sobre
as fotos de qualidade duvidosa, isso foi bom, pois ao menos tivemos que
retornar ao local para novos experimentos, novas comidas e tragos. De todo
modo, ressaltamos o quanto é difícil tirar fotos ao menos razoáveis quando uma
ceva de qualidade começa a fazer um certo efeito na gente... dito isso,
apreciem sem moderação alguma!
De
cara recebemos uma comanda que na frente tem o nome de dezenas de cervejas e no
verso seus preços e outros.
E é
muita, mas muita cerveja, muito chopp, só coisa boa!
Em
determinado momento fomos atendidos pelo Marcelo, um dos caras que fica
cuidando das torneiras, mas boa parte do tempo nosso atendimento foi feito pelo
Peter, baita entendido no assunto. Sabe aquele lance de entender do assunto e
falar com você na boa, com calma, como se estivesse lidando com um leigo, mas
com a sabedoria de um mestre? Ta ae o cara, compareçam lá e procurem pelo
Peter! Mas, já que falamos das torneiras...
Acho
bala que além das torneiras, em cima delas tem um mural e em giz as informações
das cervejas, quais são regionais, nacionais, teor alcoólico... visualmente
muito legal e além disso é bem informativo. Nada como valorizar quem toma seu
chope ali no balcão...
Mas
vamos olhar os ambientes... no segundo andar várias mesas para os clientes...
No
primeiro piso tem algumas partes mais próximas da entrada...
Mas
o estilo dos sofás e conforto se mantém...
Tem
as bancadinhas mais elevadas também...
Ah,
um close nos vikings, do caralho isso!
Se
não bastasse tudo isso, a trilha sonora da casa é ‘das mais rock and roll’, em
alto e bom som!
Mas
vamos aos pedidos da primeira noite. De cara o grande Peter nos deu toda uma
explicação sobre as bebidas e tudo mais, acabamos decidindo pela Apa Citra,
uma way beer com 5,2% de teor alcoólico e a Kolsch - Lagom, com 4,5% de
teor. Espetáculo ambas, ótimas mesmo!
E
os porta-copos, muita presença!
Para
a segunda rodada, agora com a janta em si, acabamos pedindo a Fiona,
da Caverna dos Ogros. Feita aqui no estado, tem 5,5% de teor alcoólico e tem
aquele gosto de pimenta a todo momento na bebida... a Luciana adorou e eu
provei um pouco e igualmente aprovei! Eu já fui com a Super 8, feita com cereais e
maltes, 8% de teor alcoólico, um pouco
mais forte, mas um sabor daqueles de tomar em pequenos goles, para sentir mais
o aroma e tudo!
Mas
e a janta? Vamos dar uma olhada no cardápio...
Ficamos
de Couscous
Marroquinho com Ratatouille... a combinação, aroma, sabor... muito,
muito bom!
Só
isso? Óbvio que não, não somos magros nem nada (e nem queremos ser), pedimos
junto um Entrecot
que acompanhava um gratin de batatas e ervilhas tortas... o molho
dava um toque especial, a carne muito bem servida e suculenta, combinação
perfeita com os tragos escolhidos!
Para
a primeira noite estava show!
Retornamos
ao local e agora sim, já preparados com tudo que encontraríamos no local, foi
possível apreciar de maneira mais ampla o ambiente... de cara chegamos e um
Metallica tocando a todo volume, senta a porrada na bateria Lars!
E
nisso ficamos observando os garçons, dialogando e provando algum chope do
dia... acho muito foda encontrar isso nos restaurantes, gosto desse lance de,
enquanto o local não está bombando nem nada, você encontra uma reunião de
garçons e tudo mais... todos com roupa na cor preta... mandaram bem mais uma
vez Lagom!
Pra
começo de conversa a Luciana foi de Weiss - Barley (5%).
Mas
a minha Pilsen
(Barley, 4,5%) estava ainda melhor, bem gelada e na medida. Melhor que isso só
ela com The Who tocando ao fundo, melhor mundo!
Hoje
sim, pulamos a janta e vamos aos petiscos. Antes perguntamos: tem embalagem
para levar? A resposta era que tinha alumínio para embrulhar... tá valendo!
Vamos
aos fatos:
Palitos:
ok
Pimenta:
ok
Talheres:
ok
Desce
uma porção de salsicha
bock com queijo mussarela gratinado... muito, muito, muito saboroso
e felizmente bem servido!
Aquele
pãozinho esperto e quentinho para acompanhar, os bem nutridos sempre agradecem!
Só
isso? Não somos fracos, pedimos junto o Fish n’ Chips, tempurá de peixe com cerveja e fritas. O
bala é que os caras não economizam nos ingredientes, é comida muito bem
servida, melhor que isso só com Iron Maiden tocando ao fundo!
Vamos
ao ataque então!
Para
acompanhar, a Imperial
Ipa e a Mendigo Loko (imagina só a porrada de delícia
que é esse pedido)!
Sabe
aquela jogada de misturar peixe, com fritas, salsicha, queijo e pão? Pois é,
sem mais o que dizer!
Ainda
com boa parte do chope no copo, já pedindo para as sobras serem embaladas,
lembrem daquela filosofia: “não sou magro. Não quero ser magro. Melhor que
isso, sempre existe o compartimento para a sobremesa.” Fiquei interessado em
uma sobremesa que era simplesmente pudim de croissant... a foto não ficou a
altura do doce, mas depois de altas doses de teor alcoólico, esperamos que os
leitores relevem esse detalhe mais uma vez!
Pratos
devidamente limpos e o mestre Bob Dylan tocando ao fundo...
Na primeira noite, a
conta ficou em 101 reais. Na segunda, em 111 reais. Mas 100, 110, 160... não
importa o valor, importa a qualidade e o Lagom Brewery & Pub Moinhos é aquele lugar
que me lembra o Raul Seixas cantando: “um lugar onde as pessoas sejam mesmo a
fudê... um lugar onde as pessoas sejam loucas. E super chapadas. Um lugar do
caralho... lugar do caralho!” Conheçam Ladies and Gentleman, boys and girls,
senhoras e senhores, conheçam o local e aproveitem um local pra lá de
espetacular em Porto Alegre!
Assim
sendo, nada mais justo do que tentar falar sobre algo relacionado a rock and
roll. Até pensei em comentar o espetáculo que é a reunião do Metallica com
Orquestra Sinfônica (Metallica S&M), poderia aqui falar de algum show do
U2, mas já fiz isso no Fila K (quer relembrar minha experiência na
última turnê deles? Leia aqui). Mas optei por falar do baita Shine a Light,
encontro do grande diretor Martin Scorsese com essa tal banda que está
começando, os Rolling Stones.
É
sabido que os filmes de Scorsese sempre trazem os dinossauros do rock em suas
trilhas sonoras. Muito porque o som é muito foda, mas também para ajudar na
composição, na personalidade de seus personagens. Em 2007, para um evento
organizado pelo ex-presidente americano Bill Clinton, os Rolling Stones se
apresentariam duas vezes no Beacon Theatre. E ‘Marty’ estava lá para filmar
tudo.
De
cara é ótimo observar que antes do show propriamente dito começar, temos um
grande duelo de grandes figuras, de pessoas que dominam suas artes. Por um
lado, Martin Scorsese querendo um palco onde poderia obter os melhores ângulos,
os melhores closes e outros, um grande perfeccionista. Por outro lado, temos Mick Jagger, que reluta
em passar o set list a todo custo, segurando ao máximo tal relação de músicas.
É no mínimo engraçado observar a tensão de Marty em não ter essa relação de
músicas e Jagger ali, eliminando tantas faixas que não entrariam no show. No
fim das contas o show começa com Jumpin' Jack Flash e todos correm: plano
fechado em Keith, foquem sua guitarra, seu riff
inicial. A banda entra no palco, Charlie Watts com a calma de sempre na bateria,
Ronnie Wood sempre fodástico na guitarra e Jagger, ele é dono do palco.
Em
meio a tantas canções, Marty se utiliza de arquivos históricos para formar um
perfil da banda nas últimas 4 décadas e meia (lembrem-se que o show foi gravado
em 2007). É curioso observar que desde as décadas de 60 e 70 as especulações de
que a banda estaria saindo para sua última turnê eram recorrentes. E desde então
já era possível observar a dualidade entre Keith Richards e Mick Jagger.
Enquanto Jagger sempre tentou ser educado nas entrevistas (por mais embaraçosos
e constrangedores que fossem os questionamentos), como um líder natural de seu
grupo, Keith sempre foi o cara que parecia estar pouco se lixando para aquilo,
o tipo de cara que a todo momento estava com o botão ‘foda-se’ ligado.
Sobre
as performances, já foi dito sobre Charlie Watts, mas sempre me impressiona em
ver a facilidade como ele toca sua bateria, com maestria, mas em raras
oportunidades aparenta ser algo extasiante, que o deixe cansado. Ronnie Wood
fazer uma dupla e tanto com Keith Richards, são de uma sincronia perfeita, são
monstros no palco. E Jagger, seu maldito showrunner,
um garoto de 60, 65 anos (ou mais ) no palco, um ser endiabrado e que dança
como quer, quando quer e faz o que bem entende. Se não bastasse tudo isso,
temos as participações especiais de Christina Aguilera (que no dvd isso não
aparece, foi editado mas na versão dos cinemas, após sua apresentação com a
banda , Keith Richards vira para a câmera e solta um: quem é ela? Fantástico
Keith, fantástico!), Jack White e Buddy Guy. Sobre Buddy Guy, repare que a
equipe de Scorsese tem a genialidade e sabedoria de focar a câmera em seus
olhos: ele não pisca, ele não reage com surpresa, ele interage de maneira
natural com os grandes dinossauros do rock, grande Buddy Guy!
No
fim das contas muito pode se falar sobre Shine a Light, incluindo a seleção de músicas
‘deixadas de fora’: uns diriam que não tocou Gimme Shelter, Angie, Start me Up...
mas o show deixou de ser espetacular por isso? Claro que não! Os Rolling Stones
têm uma infinidade de canções para fazer shows de 2, 3 horas ou mais, se dando
ao luxo de deixar clássicos de fora sem que isso diminua a qualidade de sua
apresentação. Shine
a Light é um baita filme de Martin Scorsese e está aí para provar
isso: os dinossauros do Rock estão longe do fim!
Rua
Comendador Caminha, 312 – Moinhos de Vento – Porto Alegre/RS
Fone:
(51) 3026 6060
Horário
de funcionamento: de 2ª a sábado das 18h às 24h, com entrada até as 23h
Mal posso esperar para conhecer este lugar *-*
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