Já faz tempo que passava na frente do local e nunca acabava
jantando lá, conhecendo e outros. Finalmente a oportunidade surgiu e com preço
mais em conta. Assim fomos conhecer o Jasmim Restaurant. Devo dizer que a
experiência foi das mais agradáveis de 2012.
De
cara observamos um lounge bem convidativo, para receber os clientes em caso do
estabelecimento estar cheio ou tendo que aguardar a liberação de novas mesas...
muito estiloso o lounge dos caras!
Poderíamos
ter optado pelo primeiro andar...
Mas
não, fomos para o segundo piso.
Quadros
diversos dão um ar particular ao local.
Gosto
igualmente desse ambiente com tijolos a vista e bebidas pelos cantos, taças...
Até
daria uma olhada mais atenta na adega deles, mas tinha trazido um vinho para a
noite.
Chegamos
poucos minutos após as 20 horas e o segundo andar estava com as luzes ligadas. Logo
que sentamos um dos garçons rebaixou as luzes para acender uma vela no centro
da mesa... até agora, tudo muito aprovado.
Enquanto
a entrada era preparada, pedimos para abrir o vinho, um Don Abel Premium.
A
entrada chegou e já fomos nos deliciando com o cogumelo gigante gratinado com queijo
gruyere... sabe aquela entrada diferente e que você nunca comeu e
fica fascinado com o sabor? Pois é, é bem por ae...
Nisso
estávamos também provando um mini drink, caipirinha de bergamota e pimenta rosa... diferente,
saboroso até para quem não é do time da bergamota.
Sobre
o cogumelo, voltando a ele, sente só o recheio do lindoso...
Se
eu tivesse que falar só uma coisa, uma sugestão seria: pessoal do Jasmim,
chef Jean Rodrigues... acho que aqui
seria um caso de um pãozinho tostado, um fatia torradinha, pois olha, é um
pecado desperdiçar esse caldo que é liberado do cogumelo, delicioso demais da
conta!
Enquanto
os pratos principais não chegavam, fomos nos deliciando com o vinho. Confesso
que fui além das expectativas, com a cor vermelha marcante, quase um rubi, algo
raro para um Merlot.
Os
aromas e sensações de frutas vermelhas, tais como amora e morango se
destacavam. A Luciana sentiu ainda um toque de baunilha...
E
chegou a hora do prato principal, vamos lá:
O meu
consistia em um filé
de salmão com crosta de castanha de caju e servido com legumes em tirinhas ao
limão e manteiga de garrafa, acompanhado de arroz jasmim com anis...
gostei. Muito. O salmão estava no ponto, temperado na medida... toca aqui Jasmim,
mandou muito bem!
A
Luciana foi de iscas
de filé mignon com leite de coco e curry vermelho, com abobrinha, vagem chinesa
e pimentão vermelho, tudo acompanhado de arroz jasmim com anis.
Adorou, mas reconheceu: é um prato que lembrou os sabores do Sharin,
por ser beeeeeeeeeeeem picante... rssssssssss
Eu
sei, pode parecer incorreto falar isso, principalmente com ventania e temporal
é um inferno para quem trabalha com energia elétrica, falta luz fácil fácil com
galhos batendo na rede... mas não posso esconder, a nossa visão para o lado de
fora era bem agradável, com a ‘plantação’ tomando conta de quase toda rua... e
a iluminação verde apenas reforçava isso.
Bom,
como não somos fracos e não estamos aqui para ai chega comi demais, meu
estômago vai explodir, o médico proibiu doces, para tudo que quero descer
brincadeira, vamos com a sobremesa, sorvete de rosas com damasco ao Bourbon... não
precisava de muito mais para fechar uma noitada de forma impecável.
Saímos
de lá reforçando o pensamento inicial desse texto, talvez ao lado do Constantino
foi uma das grandes descobertas e melhores experiências gastronômicas de 2012. A conta toda
ficou em 160 reais e mais algumas moedinhas (tudo e com cupom de
compra coletiva, sem o cupom ficaria em pouco mais de 246 reais). Melhor que
tudo isso é só perceber que a cozinha fica quase ao lado da entrada e que
qualquer um pode ver a equipe do Chef
Jean Rodrigues e seus comandados realizarem todo o serviço de entregar os
sabores, cada qual melhor que o outro para a nossa mesa... parabéns é pouco
pessoal!
Já faz alguns anos que li algumas das mais famosas
obras de Nick Hornby. Seu humor, sua maneira de escrever, suas histórias
contadas, tudo invariavelmente resulta em ótimos livros e que por consequência
geram bons filmes. Lembro-me do hype
em cima de Alta Fidelidade e a lista 'dos 5 mais' (além de um Jack Black até
então pouco conhecido), anos mais tarde teve um com a Drew Barrymore, acho que
é Amor em Jogo (com uma ideia vaga inspirada no excepcional livro
Febre de Bola), onde trocava-se a paixão original de Hornby por futebol, pelo
Arsenal em especial e colocava-se em cena um fanático por beisebol. Um dos
filmes que mais gosto e que em diversos momentos supera o texto de Hornby é Um Grande
Garoto.
Um Grande Garoto nos mostra Will. Will é um cara muito gente boa. E só
faz coisas boas na vida: come, bebe, vive do melhor. Roupas sempre da moda,
cortes de cabelo cuidadosos, aparelhos tecnológicos de última geração. E sempre
galanteando as mais lindas garotas (os foras após noites de prazer são apenas
uma pequena consequência... bem aceita, diga-se de passagem). E o que é melhor,
Will não precisa trabalhar para ter tudo isso, pois vive de royalties eternos
de uma música que seu pai fez, 'O Supertrenó do Papai Noel', tão insuportavelmente
grudante, irritante e que começa a tocar 6 semanas antes do Natal, para
felicidade dos cristãos (qualquer semelhança com a Renner tocando Simone com 'Então
é Natal' não me parece ser mera coincidência). Por outro lado, temos
o alterego, Marcus. Marcus é um garoto que se veste mal, vive isolado, sem
amigos, com uma mãe depressiva... tem uma vida similar ao quadro da dor na
moldura do desespero. Um determinado fato irá ligar Will e Marcus de maneira
pouco provável e desencadear os principais fatos do filme.
O elenco do filme está muito bem em cena. Hugh Grant é
perfeito em um papel de galanteador canastrão (sem contar o sotaque inglês que
dispensa maiores comentários). Nicholas Hoult surpreende interpretando Marcus
de maneira muito natural, real para dizer a verdade. Some-se a isso o elenco de
apoio, com destaques especiais para Tony Collette e Rachel Weisz (linda, como
sempre). A história segue de maneira fluente, mesmo seus momentos dramáticos de
fundo, mas tendo o humor sutil como pronto principal. Gosto particularmente de
algumas gags visuais (destaco pelo menos uma genial, a de Will e Marcus
discutindo sobre relacionamentos em um zoológico, quando ao fundo vemos macacos
saltando de um galho para o outro, fazendo-nos lembrar de que nesse assunto os
dois são como nossos ancestrais, são homo sapiens que estão recém aprendendo as
coisas primordias da vida: no caso de Will e Marcus, relacionamentos sérios com
pessoas a quem gostamos), além da relação de Will ter adoração dos filmes de
Terror, em especial por Frankenstein (Will é sozinho, Will não tem amigos. Will
não tenta mudar isso. Frankenstein foi deixado sozinho, Frankenstein não tem
amigos. Frankenstein tenta mudar isso... perceberam a grande sacada em
questão?). Sem contar a trilha sonora, que entre outros tem U2 e assim sendo,
já se mostra sendo de qualidade.
Tendo em seu terceiro ato um momento musicalmente
épico, mostrando que até um música horrível pode gerar situações genuinamente
emocionantes (odeio a música Killing me Softly, só para constar), Um Grande
Garoto nos mostra, afinal de contas, que nenhum homem é uma ilha. Ou
ao contrário, todos os homens são ilhas, tais como Ibiza, ou vivem cercados de
pequenos arquipélagos. Tire suas conclusões vendo o filme. Só sei que queria já
algum tempo rever Um Grande Garoto e assim o fiz. Valeu muito a
pena.
Rua
Marquês do Pombal, 322 – Moinhos de Vento – Porto Alegre/RS
Fone:
(51) 3062 5267
Horário
de funcionamento: 3ª a domingo após 20h
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