Não
gosto dessa coisa de imposições que a sociedade cria. Para jantar com os amigos
em um aniversário só quando todos estiverem à mesa, entregar presentes com nota
fiscal é deselegante, comer chocolate 11h30 antes do almoço ou antes da janta
faz mal e pi pi pi... na boa, para quem é da turma da Glória Kalil e outros,
aqui respeitosamente não é o lugar adequado para vocês. Agora se você preza
essa coisa de beber vinho no verão e no inverno, sem hora para determinados
eventos e principalmente, se gosta de um sorvete em pleno inverno e antes da
janta, sinta-se a vontade para acompanhar nossa matéria do Chungo, sorvete argentino que
abriu ali no Shopping Bourbon Wallig.
Desde
o ambiente confortável e bem iluminado, de cores vivas, já notamos que começa a
conquista ao cliente de cara.
Logo
na entrada já temos uma ideia dos valores dos produtos, o que é sempre ótimo,
não obrigando o cliente adentrar no estabelecimento, pegar cardápio e outros e
sair reclamando que ai como é caro que absurdo não pago isso por uma bola de
sorvete prefiro o sorvete feito no quintal de casa que é mais barato não
sabe dos preços da casa.
De
cara, sabemos uma coisa: são muitos sabores, dezenas... saca só essa visão,
cada tampa com uma iguaria diferente!
Eu,
nem tão fã de Doce
de Leite, encarei um potinho com duas bolas, uma com a já citada e outra
de Chocolate
Suíço, que vinha com amêndoas caramelizadas... cara, que chocolate
espetacular, e as amêndoas dão aquela crocância ao sabor. E o doce de leite... acho
que nunca fui muito fã, pois desde sempre entendia que esse doce era com o
mesmo sabor daquele da famosa vaquinha, esse que era o meu problema... quando
provei o doce de leite argentino do Chungo as coisas mudaram, ali eu vi que o
mundo pode ser muito melhor, mais adocicado e sem sabor enjoativo de Mu-Mu (foi
mal vaquinha, mas teu sabor só no espeto mesmo e bem tostadinha, para doce é
furada).
A
Luciana encarou uma bola de Gianduia e outra de Cereja à La Crema, e relata
agora o que achou:
“O
sorvete de gianduia estava uma delícia, e as avelãs eram cobertas com uma
casquinha de chocolate. Mas o de cereja... socorro, esse estava delicioso
demais, e olha que para uma chocólatra sair dizendo isso...”
Como
bem gosto de fazer, começar primeiro a refeição pelo doce e depois pelo salgado
(de novo, se você acha uma heresia mesmo, um absurdo comer doce e depois
salgado e outros... sinto muito, pode ver outras matérias dos Cinéfilos
Famintos ou até dar uma banda pela internet afora, aqui talvez não
seja o local que mais se sentirá identificado).
Agora
dá uma olhada nessa vitrine, opções não faltam, tanto no doce, quanto no
salgado.
A
Lu ficou babando nessas medialunas aí, mas deixamos para outra ocasião.
Na
parte do salgado, não quisemos exagerar, fomos dessa vez pragmáticos e pegamos para
dividir entre os dois uma promoção que dava a direito a um Tostado de Miga e mais um
refrigerante para acompanhar (poxa Sr. Chungo, não tinha Coca-Cola em garrafa,
tinha que ser em latinha? Tá certo que o local é modernoso, super agradável,
mas um pouco de nostalgia também fica bem legal... fica a dica). O sanduíche
estava na medida, fino e crocante... aprovadíssimo.
Saímos
de lá pagando em
torno de 37 reais e sabedouros que será a primeira de tantas outras
vezes que retornaremos ao local, o Chungo veio para ficar, assim esperamos!
O
filme eu deixo a Luciana falar, pois tem especial gosto pelo cinema argentino e
pelo idioma espanhol:
Ok,
vamos lá! Existem tantos filmes argentinos de grande qualidade que eu poderia
falar aqui, como Medianeiras – Buenos Aires na Era do Amor Virtual, O Filho da
Noiva, Dois Irmãos, O Homem ao Lado, entre tantos outros. Mas resolvi falar
sobre um filme o qual tive a oportunidade de ver nos cinemas mais de uma vez, e
que posteriormente li o livro no idioma original, La Pregunta de Sus Ojos, de Eduardo Sacheri (aqui abro um pequeno
parênteses para comentar que tive a oportunidade de conversar com o autor na
Feira do Livro de Porto Alegre em 2011, e tive meu exemplar do livro
autografado por ele). Estou falando de O Segredo dos Seus Olhos.
Dirigido
com maestria por Juan José Campanella, O Segredo dos Seus Olhos é um filme que prende
a atenção do espectador desde os seus primeiros minutos, aumentando o nosso
interesse com o desenrolar da trama e culminando em um final surpreendente. Lembro-me
de ter passado um bom tempo pensando naquele final depois de ter assistido ao
filme.
Em
excelente interpretação de Ricardo Darín, temos Benjamín Espósito, ex-funcionário
da justiça penal argentina. Quando se aposenta ele decide usar o tempo livre
para escrever um livro baseado em um caso que acompanhou há 25 anos, o
assassinato de uma bela jovem e as decorrências desse fato.
Seguindo
nosso personagem em idas e voltas no tempo o longa vai, aos poucos, nos
mostrando como tudo ocorreu naquela época, ao mesmo tempo em que reflete os
acontecimentos daqueles dias nos dias atuais de Espósito. Ele e a promotora Irene
(Soledad Villamil) – da qual era assistente – sempre foram muito próximos, e
esse reencontro mexe com os sentimentos de ambos, mesmo ela estando casada e
com filhos. A química que Darín e Villamil emprestam aos seus personagens faz
com que as cenas sejam completas, mesmo que apenas olhares sejam trocados entre
os personagens. Aqui ainda posso falar do magnífico trabalho de montagem do
próprio Campanella, pois essas idas e vindas no tempo são apresentadas de forma
totalmente fluida, não interferindo em momento algum de forma negativa na
história.
Diante
das investigações, de um provável suspeito e algumas reviravoltas (todas bem
sucedidas), os fatos vêm surgindo e pistas vão sendo deixadas, o que faz com que
ninguém esteja realmente seguro neste momento.
O
roteiro escrito por Campanella em conjunto com Sacheri não deixa pontas soltas,
trabalhando os personagens e situações com elegância e esmero. E a adaptação é
das melhores, mesmo que algumas situações ou desfechos sejam de alguma forma,
alterados ao serem transpostos para as telas. Aqui abro um novo espaço para
comentar sobre o final do livro. Não que ele seja totalmente diferente, mas a
forma como é apresentado no livro é muito mais chocante do que no filme, pode
apostar.
E
não para por aí, O Segredo dos Seus Olhos além de ser um excelente filme,
ainda nos brinda com o plano-sequência dos mais emblemáticos e fascinantes,
vale a pena conferir. E eu, que não sou boba, quando estive em viagem a Buenos
Aires ano passado garanti meu exemplar do filme no idioma original, com extras
e tudo, coisa que infelizmente a versão nacional não continha.
Avenida
Assis Brasil, 2611 – loja 120 térreo – Shopping Bourbon Wallig – Cristo
Redentor – Porto Alegre/RS
Fone:
(51) 3084 6600
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