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29/10/2012

Dia 2 - Curso de degustação e harmonização de vinhos


Vamos lá então? Agora que vocês já leram a primeira parte do curso aqui, ou seja, o primeiro dia, sejam bem-vindos ao dia 2, que por ser o dia dos tintos, eu esperava ansiosa por ele. Aqui vale lembrar que o curso é parceria do Armazém dos Importados e do Restaurante Copacabana. Uma parceria e tanto, diga-se de passagem!

E no dia do curso (18/10) o Copacabana estava de aniversário, completando 73 anos! Fomos recebidos com uma taça de espumante e brindamos à longa e próspera vida do estabelecimento. Que permaneça por muuuuiiito tempo como é hoje, pois faz por merecer!

Dessa vez tirei foto da mesa inteira antes do pessoal chegar, estava lindona!


Vamos abrir os trabalhos com um Borgogne Pinot Noir Domaine Antonin Guyon, excelente! Apesar que sou suspeita para falar, é uma das minhas uvas preferidas.


Não foi o meu preferido da noite, mas com certeza figurou entre eles.


Passamos agora ao Bouza Tannat, que apesar de não ser o meu preferido, estava fácil de beber. Tenho bastante resistência ao Tannat em função de sua adstringência, aquela sensação de que algo trava na língua, como se tivéssemos comido uma fruta verde, só que normalmente em menor intensidade.


Um vinho bem encorpado, aroma intenso de frutas vermelhas mais maduras.


Chega a ser maldade compará-lo em coloração com o Pinot Noir que experimentamos antes.


Pinot Noir – que por si só já tem a tonalidade menos intensa, um vinho em que o suco permanece menos tempo em contato com a casca durante a maceração. A coloração mais alaranjada pode, em alguns casos, indicar um vinho mais envelhecido, mas não é o caso Pinot Noir.


Tannat – Já nesse podemos perceber uma coloração mais intensa, mais fechada. Este é um vinho em que na maceração as cascas ficam mais tempo em contato com o suco, originando essa intensidade na cor e aumento dos taninos (que causam a sensação de adstringência que comentei antes).


Agora vamos à entrada? Depois desses vinhos maravilhosos chegou a vez de experimentarmos os bolinhos de bacalhau do Copacabana. Acredito que dos melhores que já provei até o momento. Sequinho, saboroso, tempero na medida certa. E que graça o “enfeite” com a alface.


Um toquezinho de azeite de oliva para fechar todas!


Buenas, vamos ao segundo “extra” da noite (o primeiro foi o espumante em comemoração ao aniver do restaurante e que eu não tirei foto da taça cheia... tsc, tsc). O Marcelo nos presenteou com um Pinot Noir da Patagônia, um Humberto Canale, bem mais interessante que o primeiro.


E percebam a coloração desse Pinot, pouco mais intensa que o outro. Excelente vinho (Ps: ou estou ficando boa nessa coisa de fotos, ou as múltiplas taças à disposição estão ajudando na composição... rsrs).


Agora chegou a vez do Las Moras, um Cabernet Sauvignon de respeito.


Realmente gostei desse Cabernet, o sabor e o aroma marcam presença.


Hora de comer, certo?

Sempre tive problemas com molho funghi, normalmente não consigo me agradar do sabor e consistência do funghi secchi. Claro que fiquei temerosa de não conseguir aproveitar adequadamente o primeiro prato principal, Talharim ao Funghi.


Mas, felizmente, esse molho estava maravilhoso, totalmente diferente dos demais que eu já havia provado. E que visual assim coberto com o queijo ralado!


Experimentamos ainda o Riglos Gran Cabernet Sauvignon, saboroso e aromático, mas ainda preferi o anterior para harmonizar com a massa.


A coloração é outro ponto forte nesse vinho.


O próximo vinho foi envolto por uma aura de mistérios... hehe o Lisandro colocou o vinho no decanter e pediu que nos servissem, para que provássemos primeiro sem saber que vinho era, e qual seria a sensação.


Plenamente aprovado, e mesmo diante dos vários “chutes”, não me lembro de alguém ter acertado.


Mas é claro que depois tivemos acesso à garrafa, o Shiraz Australiano Kilikanoon Killerman's Run, encorpado e bastante saboroso, lembrando algo de especiarias e amoras.


Hora do próximo vinho e do próximo prato.

Vamos ao vinho primeiro, o Syrah Jean-Luc Colombo Crozes Hermitage Syrah Les Fées Brunes.


Mais um para minha agora interminável lista de vinhos preferidos...


Para acompanhar essas belezuras de vinhos, um cordeiro cozido ao molho de tomate acompanhado de purê de mandioquinha. Estava saborosíssimo, mas se posso deixar uma única dica que seja ao pessoal que elaborou os pratos, é essa: um pouquinho menos de purê de mandioquinha com o cordeiro. Reitero que o prato estava muito saboroso, mas como veio servido, infelizmente sobrou no meu prato e de alguns colegas, algo que até então não havia percebido nos pratos anteriores.


Mais um pouco de papo e daqui a pouco eis que chega a sobremesa!

Torta crocante de doce de leite – estava macia, gelada na medida e com a cobertura levemente crocante.


E para acompanhar, um Porto Warre’s King Tawny.


Preciso dizer mais alguma coisa??


Como diz o outro Cinéfilo Faminto, olhos marejados!


Agora aquele expresso bacana pra fechar com chave de ouro (bah... o que é o ângulo dessa foto?? hehe... culpa do vinho? Claro que não, imaginem... culpa total do doce de leite!).


Perdoem-me caso algum comentário tenha ficado meio vago, ou alguma foto meio fora de foco. Mas convenhamos, depois de todas essas taças... rsrsrs


O pessoal bebeu pouquinho nesse dia...


E depois disso mais um pouquinho de papo, troca de e-mails, etc. Quero registrar a agradável companhia que tive do carismático casal que se sentou ao meu lado nos dois dias de curso, a Celmar e o Luiz Carlos. Pessoas adoráveis, de bom papo, adoradores da boa mesa e de bons vinhos. Frequentadores do Copacabana há mais de 39 anos, caso não me falhe a memória. Só não tenho registro de fotos por eles serem tímidos, preferiram não aparecer.

O curso foi excelente, tanto pelo local, os pratos, os vinhos e espumantes servidos, quanto pelo atendimento prestado por toda a equipe. Um custo x benefício super aceitável. Agora ficamos no aguardo do módulo 2, que segundo nos foi informado, deve ser divulgado para o mês de novembro.

E para seguir a linha do primeiro post do curso, o Maza quem fala sobre o filme!

Ele já passou por aqui, muito por cima, em uma matéria originalmente postada no Fila K. Ele merece um post só dele, único, pessoal, particular. Eu precisava escrever um pouco mais sobre Sideways.


O filme de Alexander Payne, a grosso modo, acompanha uma despedida de solteiro de Jack. Seu amigo Miles (Paul Giamatti) resolve entregar para ele uma viagem pela Califórnia, pelas vinícolas que ali encontrar, pelos sabores e outros que encontrarem no meio do caminho. E claro, confusões e mudanças de percurso, feridas latentes e outros surgiram na viagem.


Alexander Payne faz aqui um filme sobre amizade de certa maneira, de pessoas bem distintas. Um ator de TV consagrado e prestes a se casar, quer transar com alguém. Por outro lado temos Miles, um quarentão quase cinquentão amargurado pelas oportunidades perdidas, por um amor que não retorna, por uma carreira de escritor que nunca deslanchou. Em meio a isso tudo, observamos os vinhos. Delicados, variados, finos ou mal tratados ao longo da obra, não representam apenas bebidas, representam histórias, cuidados especiais, sabores cada quais distintos uns dos outros. Em Sideways, a uva Pinot Noir teve seu devido respeito sendo elevada a uma nova alcunha, de fama, de qualidade acima da média, e claro, um vinho normalmente excelente, mas nem tão conhecido antes do filme. Maya (Virginia Madsen, muito bem no filme, tanto na atuação quanto na beleza natural) fala mais sobre a uva: “É um tipo de uva difícil de cultivar. Tem a casca fina, é temperamental. Não é resistente como a Cabernet, que pode crescer em qualquer lugar, até florescer onde não a cuidam. A Pinot precisa de atenção e cuidados constantes”.

Mais do que isso, talvez naquele que é um dos momentos mais brilhantes do filme, Maya recita um monólogo emocionante sobre o fascínio, sobre o vinho em si, e sua vida, seu crescimento e outros: “Eu amo como o vinho continua a evoluir. Como cada vez que eu abro uma garrafa o gosto é diferente daquela que eu tinha aberto outro dia. Porque uma garrafa de vinho é algo realmente vivo — está constantemente evoluindo e ganhando complexidade. É assim, até atingir o auge e começar seu inevitável declínio. E o gosto, acima de tudo, é bom demais”.


Sideways é uma dessas pérolas do cinema americano que felizmente foi reconhecida pela qualidade de suas atuações, do seu roteiro e da beleza com que trata o vinho. E caro leitor, cada qual for sua escolha, faça-a com instinto, com desejo, com aquele sentimento de ter escolhido o melhor vinho para sua ocasião, podendo ele ser um Pinot Noir francês, um Malbec argentino, um Tannat uruguaio... a escolha pode ser a mais variada, o importante é você fazer valer a sua escolha e ser feliz com ela. Estando em um curso no Copacabana ou vendo Sideways pelo mundo afora...


Investimento: R$ 245,00 por dois dias de curso, incluindo os jantares, os vinhos e espumantes servidos.

Rua Padre Chagas, 171 – Moinhos de Vento – Porto Alegre/RS
Fone: (51) 3222 1131

Praça Garibaldi, 02 (esquina Venâncio Aires) – Cidade Baixa – Porto Alegre/RS
Fone: (51) 3221 4616 / 3225 9885 / telentrega 3221 4616

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