Essa
coisa do cara ser saudosista ou nostálgico é foda. Pior ainda é se você vive
esse clima e ainda está com estômago roncando, é unir a fome com a vontade de
comer. E assim fomos para o Walter, com este que vos escreve sabedouro que
trocentas vezes foi acompanhado pelos pais a este local, nos anos 80.
Opa,
de antemão vamos corrigir: o Walter nos anos 80 era na Cristovão, hoje na Dr.
Vale. Não que isso influencie muito para ir ou deixar de ir lá, a distância deve
dar uns 300, 400 metros no máximo do local que ali ficou estabelecido por
décadas. O que mudou mesmo? Sai aquela “corrida de escadas” intermináveis e que
fazia bêbado ficar com calafrios de levar um tombo, entra um local quase sem
escadas e que pasmem, até sofazinho de entrada tem para quem espera entrar.
O
ambiente é bem família, mesas simples, garçons com aquela barriga saliente,
tudo muito clássico, tudo muito bom (garçom magro demais não me passa um bom
aspecto, parece que não come às ganhas a comida do estabelecimento... sorry
magros, eu sou do time dos gordos... e sou feliz).
Bom,
vamos lá, enquanto o tiozão chega à nossa mesa com o cardápio (preços bem
convidativos, diga-se de passagem) já fomos pedindo uns chopp’s ae freguesia, desce
aquela loira gelada, bem tirada e na medida.
E
tchê, tá loco! Olha que o local abria 18h30 e só conseguimos chegar lá na faixa
de 19h30 (a ideia era chegar na abertura, mas ficamos pendurados no telefone a
espera de um táxi), fizemos nosso pedido e nem 15 minutos depois chegou tudo de
uma vez, aquela coisa de fazer a felicidade de qualquer glutão que se preze:
Um
arroz branco para a arrancada inicial!
Uma
salada de maionese com o básico do básico, e que é o que eu quero: batata,
maionese e fim. Se eu quisesse uma com milho, alcaparras, radicci e outros eu
não teria pedido salada de maionese (é dureza quando os caras abrem a dispensa em
casa ou no restaurante, jogam tudo que é alimento quase vencendo na salada e
dizem que é maionese das boas... Bitch Please, Fuck you Losers!).
Um
filé de porco não poderia faltar: fininho e macio, crocante por fora...
...espetáculo
ainda maior com limões que vieram junto!
Um
filé a parmegiana, pois nem só de porco pode-se viver no Walter... molhado, na
medida, carne da boa...
E
claro, pãozinho de sanduíche para, sei lá, comer com carne, ou maionese, ou
puro...
Ou
melhor, para passar no molho do parmegiana, como fizemos certa vez na Santo Antônio... melhor mundo!
Tudo
muito bom, uma delícia, mas muito trabalho no dia seguinte, e resolvemos pedir
para embalar as sobras para garantir o meu almoço de amanhã.
Muita
comida, 4 bolachas de chopp e 45 minutos depois, pedimos a conta (sem café, o
local não serve café... bom, melhor não servir café do que servir café 7F’s
tipo o da Fragata,
porque né...) que
ficou na casa dos 82 reais. Saímos de lá caminhando pelas bandas da
Cristovão Colombo e aproveitando a noite que miseravelmente não chovia. Até
pensamos em passar no mercado em comprar uns doces e salgados, mas antes passou
um táxi e me fui para casa, descansar e me encontrar com Morpheus, com aquele
sentimento de que o Walter continua sendo uma ótima opção quando o
quesito é comer às ganhas e não pagar muito caro... aprovado, logicamente.
Bom,
já que o Walter
remete às lembranças de plena infância minha, pensei em algo diferente,
escrever sobre minha primeira sessão de cinema, He-Man e She-Ra: O Segredo da Espada
Mágica.
He-Man e She-Ra: O
Segredo da Espada Mágica (The
Secret of Sword, 1985): Visto em 1986 em algum cinema do centro de Porto
Alegre (não era o Cacique, poderia ser o Imperial ou Guarany, Rua da Praia
acredito que naquela época ainda não existia cinema).
A
história não tem nada de muito espetacular, He-Man tem que enfrentar muitos
apuros para encontrar She-Ra, falar para ela a frase da espada para que ela se
transforme na loira guerreira e claro, confirmar que ela é irmã do He-Man, bem
simples assim.
Sobre
a sessão de cinema, lembro-me de ter sido em um dia de semana, quem sabe quarta
ou quinta. Um desenho do He-man e She-ra foi minha primeira de milhares de
sessões. As poucas imagens que ainda restam em minha mente dão conta da dupla
principal, mais o vilão e aquele outro personagem de mola, de cabeça de aço. E
sim, mais que um desenho que dois irmãos com superpoderes quando erguem suas
espadas, a imagem mais clara daquela sessão e a que causa mais nostalgia (e porque
não dizer tristeza, pelos tempos atuais) era de que o desenho foi exibido nos
cinemas em uma versão legendada. Posso não ter entendido quase nada do que ali
era mostrado, mas adorei a sessão, não reclamei e nem fiquei mais burro pelo
fato de ter visto um filme com legendas e não dublado. As distribuidoras eram
inteligentes e não sabiam, décadas se passaram e o carnaval de filmes dublados
na tela transformam uma ótima sessão em algo frívolo e irregular, por muitas
vezes estragando uma até então sessão de cinema que prometia ser ótima.
Na
saída, me lembro do centro da cidade escuro, pois já era noite. Luzes dos
prédios iluminavam parte da cidade. E, além disso, um detalhe maravilhoso: era
um dia chuvoso. Desenho legendado em um dia chuvoso, definitivamente foi
um bom começo a minha primeira sessão de cinema!
Rua
Doutor Vale, 70 – Floresta – Porto Alegre/RS
Fone:
(51) 3225 2658
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