Honestidade e sinceridade. Franqueza. São coisas
do tipo que converso com a Luciana quando vamos escrever sobre algum lugar. Não
podemos ignorar os pormenores mesmo que o local seja ótimo, nem podemos só
criticar um local que tenha lá seus aspectos negativos. O importante, a nosso
ver, é expressar bem o que sentimos quando vamos a determinado
local. Dito isso, a Confraria da Vasco foi provavelmente uma das
experiências mais irregulares que tivemos ao longo do Cinéfilos Famintos. Não somos muito de reclamar de estabelecimentos,
mas se aqui o fizermos, estaríamos plenamente no direito.
De posse de um cupom de compra coletiva, ligamos
para o local para tentarmos obter informações de horário de abertura, se era
necessário agendar, etc. (sim, mesmo que no cupom isso esteja escrito nós
SEMPRE ligamos, pois em boa parte dos casos as informações dos cupons não
correspondem à realidade). Ligamos para tentar usar em determinado dia. De
cara, uma pessoa atendeu a Luciana desabafando, aos berros: NÃO, NÃO TEM COMO
VIR NO MESMO DIA, TEM QUE AGENDAR COM NO MÍNIMO DOIS DIAS DE ANTECEDÊNCIA! Ela
argumentou que no cupom não dizia nada, que só estava buscando uma informação e
de novo o funcionário falou: É, MAS ASSIM NÃO DÁ, NUNCA MAIS FAÇO ESSE TIPO DE
PROMOÇÃO, DESSA FORMA FICA COMPLICADO!
Ok, desligamos e em outra ocasião ligamos, com
dois dias de antecedência e fizemos o agendamento.
A casa abre 18 horas, chegamos 18h15 no máximo.
Já vimos um casal jantando uma generosa porção de arroz, salada, fritas,
entrecot, exatamente igual ao nosso cupom (antes deles irem embora foi possível
escutar as conversas sobre esse tipo de compra coletiva, confirmando que eles
tinham também o mesmo cupom que nós). Pegamos um espaço mais ao fundo,
discreto.
O local é simples, mas bacana, várias mesas com
distância adequada.
Logo ali adiante verificamos o que deve ser o
serviço de buffet ao meio dia.
Bom, antes de irmos direto ao pedido, observamos
o cardápio (simples e direto, uma página frente e verso, gosto desse estilo) e
optamos por uma porção com 12 risoles. Diziam os sabores: carne, queijo, frango
e pizza. Perguntamos quais poderíamos pedir e a garçonete disse que todos.
Pedimos 3 de cada e ela disse que traria dessa forma, se tivesse na cozinha...?
Bom, ficamos aguardando e pensando que, caso não tivesse, seríamos comunicados,
etc. Nisso ela voltou perguntando se queríamos os petiscos junto com a salada.
Informamos que sim.
Enquanto bebíamos uma Pepsi e uma Twist (sem
fotos, de latinha não vale), ouvimos uns berros da cozinha: ESSE PEDIDO É COM A
SALADA? QUAL SALADA? ALFACE E TOMATE? A DE MAIONESE NÃO, ELA VAI FAZER DAQUI A
POUCO. A Luciana já começou a não gostar do clima, desse tipo de atendimento...
e com razão, esse debate não faz sentido o cliente ouvir...
Passados mais de 20 minutos e nada do risoles e
salada, chamamos um garçom que disse que estava quase pronto. Mais 5 minutos e
chegou o pedido.
Salada de alface e tomate, cumpriu seu papel embora a
salada já viesse temperada, o que particularmente entendo como errado, ainda
mais quando colocam na sua mesa azeite de oliva e outros para você mesmo
temperar ou não ela.
As 12 unidades de risoles foram largadas na nossa
mesa com um extra, perdido por ali. Nisso apenas foi largado em nossa mesa,
visto que o garçom mudou dessa vez (possivelmente porque a garçonete e outros
dois garçons estavam jantando, mais ao fundo) e sendo assim, não tínhamos a
mínima noção de qual era sabor de queijo, pizza, frango e carne.
Bom, no resumo da ópera: estavam muito bons,
sequinhos, mas por fora eram todos iguais, não teria como abrir os 13 para
saber os sabores. Não, não chamamos de novo o garçom para nos informar, isso
seria obrigação deles sem o cliente perguntar. No fim, não tinha o sabor de
pizza em nenhum dos 13 risoles, mais um ponto contra a casa: se pedimos os 4
sabores e não tinham os 4 sabores, deveriam informar, visto que poderíamos ter
pedido mais da metade com aquele sabor que não tinha... e se quiséssemos
reclamar e não querer os risoles em função de estar faltando o de pizza? Não
somos barraqueiros (a essa altura alguém/ou o estabelecimento deve estar lendo
e pensando: imagina se fossem), mas já vimos tumultos por muito menos que isso.
Enquanto isso, até vimos um músico tentando
instalar seus equipamentos para fazer seu show, ao fundo do restaurante. Já
ficamos desconfiados se teríamos que pagar couvert caso o show começasse, mas
isso é o de menos, pois não nos informamos antes de entrar no local sobre isso,
culpa exclusivamente desses blogueiros. Menos mal que quando fechamos a conta o
show não havia começado e sendo assim, não foi cobrado o couvert (ouvimos ainda
um pequeno debate entre um dos funcionários e o músico. Não cabe aqui entrar em
detalhes, mas adversidade entre funcionários deve ficar entre os próprios
funcionários, expor os clientes a isso só causa constrangimento, no mínimo).
Pouco minutos depois, nem 5 minutos, foram
chegando os pratos principais (o que invalida ainda mais a ideia sugerida pela
garçonete e aceita por nós, de que os petiscos e salada viessem antes, no fim
das contas ficou quase tudo ao mesmo tempo).
Primeiro no conjunto... já sem parte dos
risoles.
Arroz soltinho.
Batata frita aos montes e gostosa.
Entrecot a milanesa e na medida, delicioso mesmo! Bem crocante a
casquinha.
Nisso, o garçom disse: a salada de maionese já
vai vir, estão fazendo.
Mais alguns minutos e alguém da cozinha berra:
SALADA DE MAIONESE, DE QUEM É ESSA SALADA??
E chegou à nossa mesa, com o garçom pedindo
desculpas pela demora (sim, mais de 30 minutos para uma salada que talvez a
ideia original fosse ser entregue com os petiscos e a outra salada). Com gosto
de vinagre acentuado, a salada em si era estranha, como disse a Luciana,
parecia uma pasta. E estava morninha, menos que a do Prinz, mas morninha... ao menos
bem boa, fato.
Sobrou um bom bocado de comida, pedimos para
embalar as fritas, arroz, 3 risoles e entrecot. Tranquilamente caberiam em duas
embalagens. Optaram entregar em 3, talvez pelo custo acrescido para cada
embalagem, apenas uma suposição.
No final pedimos a conta, que também é bem
confusa (infelizmente não tiramos foto), informando o valor dos risoles (que
estava no cardápio), mas não das bebidas e nem das embalagens. Fomos educados,
pedimos para esclarecer o valor das embalagens. Acredito que o garçom não tenha
gostado muito, pois tão logo passou o cartão de crédito, não foi solicitado que
eu assinasse o documento e se virou imediatamente, sem ao menos um obrigado, um
boa noite. Espero sinceramente que tenha sido uma falha do funcionário, pois se
isso é o padrão da casa é uma postura absolutamente lamentável. Se aqui caberia mais uma reclamação à Confraria da
Vasco? Sim, mas se os garçons viram as costas e nem te dão boa
noite, seria perda de tempo reclamar a respeito deles, na hora.
No fim nossa conta ficou em 60 reais, com tudo (sem
cupom de compra coletiva a compra ficaria entre 75 e 80 reais. E caso alguém
tenha interesse, os 10% cobrados são levando em consideração o valor do cupom
original. A mim não incomoda em nada, mas acho bom deixar claro para os leitores).
No fim a impressão nítida que fica é que a Confraria da
Vasco tem sim boa comida, o que peca e muito é o atendimento falho,
a falta de comunicação e um certo respeito com o cliente. Uma pena, pela comida
poderia retornar mais vezes ao local, pelo atendimento muito possivelmente é
que não, beirando o amadorismo por vezes.
Bom, mas diferentemente da nossa experiência no
local, precisamos falar de filme de qualidade aqui, e desse filme sem nenhuma reclamação
obviamente. E nisso lembro-me da
carreira de Gore Verbinsky. Inegavelmente um diretor que não é marcado por
apenas um estilo de filme, já fez obras mais infantis (Um Ratinho
Encrenqueiro), blockbusters (Piratas do Caribe), animação das melhores e que
inclusive já foi comentada aqui no Cinéfilos Famintos (Rango, na matéria do Outback)...
nisso se faz necessário relembrar um ótimo terror da década passada, O Chamado.
Na versão americana (a versão original do filme
é japonesa, não posso falar mais, pois não vi tal obra) observamos uma
adolescente que morre de maneira misteriosa, supostamente após olhar um vídeo
que, passados 07 dias, a pessoa que olhou morre. Nisso entra a jornalista Rachel
(Naomi Watts) que tenta investigar mais sobre o caso, até por ser amiga da mãe
que teve a filha morta com o incidente da fita. Aos poucos a coisa vai se
tornando ainda mais sinistra com momentos de tensão ao longo do filme.
Gore não se limita aos sustos fáceis, constrói
cada cena de maneira meticulosa (vide os primeiros minutos do longa, com cada
movimento de câmera, cada toque de trilha sonora plenamente calculado, mas de
forma discreta), criando um terror muito mais psicológico do que qualquer outra
coisa. Mas isso não quer dizer que o filme não tenha que ter terror de apavorar
com fantasmas e outros. Sim, isso o filme tem e as imagens que nos são apresentadas
em seu terceiro ato, logo após uma possível resolução da história, são
arrepiantes, de me deixar de olhos arregalados e boquiaberto mesmo hoje, vendo
na tela pequena e depois ter visto a obra duas vezes no cinema.
No fim, O Chamado é uma obra de terror das mais
gratificantes por justamente não desrespeitar a inteligência do espectador e
proporcionar muito mais que berros e sustos gratuitos, como na maior parte dos
filmes de terror da atualidade.
Rua Vasco da Gama, 644 – Bom Fim – Porto
Alegre/RS
Fone: (51) 3276 0084
É tão ruim comer com um clima assim. Por mais que a comida esteja boa, parece que ela não entra redondinha.
ResponderExcluirVocês tiveram muita paciência, hein! Lugares com atendimento assim eu costumo nunca mais voltar, infelizmente.
Espero que esse post ajude a melhorar o atendimento por lá :)
Fora isso, o entrecot pareceu realmente estar muito gostoso e o filme é um dos poucos que me dão medo. Dizem que a versão japonesa é de arrepiar!
Beijos
fui lá e cobraram bem a mais do que estava no cardapio. falha minha nao ter reclamado na hora. desonestos!!
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