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28/09/2012

Confraria da Vasco: boa comida não sustenta o atendimento falho.


Honestidade e sinceridade. Franqueza. São coisas do tipo que converso com a Luciana quando vamos escrever sobre algum lugar. Não podemos ignorar os pormenores mesmo que o local seja ótimo, nem podemos só criticar um local que tenha lá seus aspectos negativos. O importante, a nosso ver, é expressar bem o que sentimos quando vamos a determinado local. Dito isso, a Confraria da Vasco foi provavelmente uma das experiências mais irregulares que tivemos ao longo do Cinéfilos Famintos. Não somos muito de reclamar de estabelecimentos, mas se aqui o fizermos, estaríamos plenamente no direito.

De posse de um cupom de compra coletiva, ligamos para o local para tentarmos obter informações de horário de abertura, se era necessário agendar, etc. (sim, mesmo que no cupom isso esteja escrito nós SEMPRE ligamos, pois em boa parte dos casos as informações dos cupons não correspondem à realidade). Ligamos para tentar usar em determinado dia. De cara, uma pessoa atendeu a Luciana desabafando, aos berros: NÃO, NÃO TEM COMO VIR NO MESMO DIA, TEM QUE AGENDAR COM NO MÍNIMO DOIS DIAS DE ANTECEDÊNCIA! Ela argumentou que no cupom não dizia nada, que só estava buscando uma informação e de novo o funcionário falou: É, MAS ASSIM NÃO DÁ, NUNCA MAIS FAÇO ESSE TIPO DE PROMOÇÃO, DESSA FORMA FICA COMPLICADO!

Ok, desligamos e em outra ocasião ligamos, com dois dias de antecedência e fizemos o agendamento.

A casa abre 18 horas, chegamos 18h15 no máximo. Já vimos um casal jantando uma generosa porção de arroz, salada, fritas, entrecot, exatamente igual ao nosso cupom (antes deles irem embora foi possível escutar as conversas sobre esse tipo de compra coletiva, confirmando que eles tinham também o mesmo cupom que nós). Pegamos um espaço mais ao fundo, discreto.

O local é simples, mas bacana, várias mesas com distância adequada.


Logo ali adiante verificamos o que deve ser o serviço de buffet ao meio dia.


Bom, antes de irmos direto ao pedido, observamos o cardápio (simples e direto, uma página frente e verso, gosto desse estilo) e optamos por uma porção com 12 risoles. Diziam os sabores: carne, queijo, frango e pizza. Perguntamos quais poderíamos pedir e a garçonete disse que todos. Pedimos 3 de cada e ela disse que traria dessa forma, se tivesse na cozinha...? Bom, ficamos aguardando e pensando que, caso não tivesse, seríamos comunicados, etc. Nisso ela voltou perguntando se queríamos os petiscos junto com a salada. Informamos que sim.

Enquanto bebíamos uma Pepsi e uma Twist (sem fotos, de latinha não vale), ouvimos uns berros da cozinha: ESSE PEDIDO É COM A SALADA? QUAL SALADA? ALFACE E TOMATE? A DE MAIONESE NÃO, ELA VAI FAZER DAQUI A POUCO. A Luciana já começou a não gostar do clima, desse tipo de atendimento... e com razão, esse debate não faz sentido o cliente ouvir...

Passados mais de 20 minutos e nada do risoles e salada, chamamos um garçom que disse que estava quase pronto. Mais 5 minutos e chegou o pedido.

Salada de alface e tomate, cumpriu seu papel embora a salada já viesse temperada, o que particularmente entendo como errado, ainda mais quando colocam na sua mesa azeite de oliva e outros para você mesmo temperar ou não ela.


As 12 unidades de risoles foram largadas na nossa mesa com um extra, perdido por ali. Nisso apenas foi largado em nossa mesa, visto que o garçom mudou dessa vez (possivelmente porque a garçonete e outros dois garçons estavam jantando, mais ao fundo) e sendo assim, não tínhamos a mínima noção de qual era sabor de queijo, pizza, frango e carne.

Bom, no resumo da ópera: estavam muito bons, sequinhos, mas por fora eram todos iguais, não teria como abrir os 13 para saber os sabores. Não, não chamamos de novo o garçom para nos informar, isso seria obrigação deles sem o cliente perguntar. No fim, não tinha o sabor de pizza em nenhum dos 13 risoles, mais um ponto contra a casa: se pedimos os 4 sabores e não tinham os 4 sabores, deveriam informar, visto que poderíamos ter pedido mais da metade com aquele sabor que não tinha... e se quiséssemos reclamar e não querer os risoles em função de estar faltando o de pizza? Não somos barraqueiros (a essa altura alguém/ou o estabelecimento deve estar lendo e pensando: imagina se fossem), mas já vimos tumultos por muito menos que isso.


Enquanto isso, até vimos um músico tentando instalar seus equipamentos para fazer seu show, ao fundo do restaurante. Já ficamos desconfiados se teríamos que pagar couvert caso o show começasse, mas isso é o de menos, pois não nos informamos antes de entrar no local sobre isso, culpa exclusivamente desses blogueiros. Menos mal que quando fechamos a conta o show não havia começado e sendo assim, não foi cobrado o couvert (ouvimos ainda um pequeno debate entre um dos funcionários e o músico. Não cabe aqui entrar em detalhes, mas adversidade entre funcionários deve ficar entre os próprios funcionários, expor os clientes a isso só causa constrangimento, no mínimo).

Pouco minutos depois, nem 5 minutos, foram chegando os pratos principais (o que invalida ainda mais a ideia sugerida pela garçonete e aceita por nós, de que os petiscos e salada viessem antes, no fim das contas ficou quase tudo ao mesmo tempo).

Primeiro no conjunto... já sem parte dos risoles.


Arroz soltinho.


Batata frita aos montes e gostosa.


Entrecot a milanesa e na medida, delicioso mesmo! Bem crocante a casquinha.


Nisso, o garçom disse: a salada de maionese já vai vir, estão fazendo.

Mais alguns minutos e alguém da cozinha berra: SALADA DE MAIONESE, DE QUEM É ESSA SALADA??

E chegou à nossa mesa, com o garçom pedindo desculpas pela demora (sim, mais de 30 minutos para uma salada que talvez a ideia original fosse ser entregue com os petiscos e a outra salada). Com gosto de vinagre acentuado, a salada em si era estranha, como disse a Luciana, parecia uma pasta. E estava morninha, menos que a do Prinz, mas morninha... ao menos bem boa, fato.


Sobrou um bom bocado de comida, pedimos para embalar as fritas, arroz, 3 risoles e entrecot. Tranquilamente caberiam em duas embalagens. Optaram entregar em 3, talvez pelo custo acrescido para cada embalagem, apenas uma suposição.


No final pedimos a conta, que também é bem confusa (infelizmente não tiramos foto), informando o valor dos risoles (que estava no cardápio), mas não das bebidas e nem das embalagens. Fomos educados, pedimos para esclarecer o valor das embalagens. Acredito que o garçom não tenha gostado muito, pois tão logo passou o cartão de crédito, não foi solicitado que eu assinasse o documento e se virou imediatamente, sem ao menos um obrigado, um boa noite. Espero sinceramente que tenha sido uma falha do funcionário, pois se isso é o padrão da casa é uma postura absolutamente lamentável. Se aqui caberia mais uma reclamação à Confraria da Vasco? Sim, mas se os garçons viram as costas e nem te dão boa noite, seria perda de tempo reclamar a respeito deles, na hora.

No fim nossa conta ficou em 60 reais, com tudo (sem cupom de compra coletiva a compra ficaria entre 75 e 80 reais. E caso alguém tenha interesse, os 10% cobrados são levando em consideração o valor do cupom original. A mim não incomoda em nada, mas acho bom deixar claro para os leitores).

No fim a impressão nítida que fica é que a Confraria da Vasco tem sim boa comida, o que peca e muito é o atendimento falho, a falta de comunicação e um certo respeito com o cliente. Uma pena, pela comida poderia retornar mais vezes ao local, pelo atendimento muito possivelmente é que não, beirando o amadorismo por vezes.

Bom, mas diferentemente da nossa experiência no local, precisamos falar de filme de qualidade aqui, e desse filme sem nenhuma reclamação obviamente. E nisso lembro-me da carreira de Gore Verbinsky. Inegavelmente um diretor que não é marcado por apenas um estilo de filme, já fez obras mais infantis (Um Ratinho Encrenqueiro), blockbusters (Piratas do Caribe), animação das melhores e que inclusive já foi comentada aqui no Cinéfilos Famintos (Rango, na matéria do Outback)... nisso se faz necessário relembrar um ótimo terror da década passada, O Chamado.


Na versão americana (a versão original do filme é japonesa, não posso falar mais, pois não vi tal obra) observamos uma adolescente que morre de maneira misteriosa, supostamente após olhar um vídeo que, passados 07 dias, a pessoa que olhou morre. Nisso entra a jornalista Rachel (Naomi Watts) que tenta investigar mais sobre o caso, até por ser amiga da mãe que teve a filha morta com o incidente da fita. Aos poucos a coisa vai se tornando ainda mais sinistra com momentos de tensão ao longo do filme.


Gore não se limita aos sustos fáceis, constrói cada cena de maneira meticulosa (vide os primeiros minutos do longa, com cada movimento de câmera, cada toque de trilha sonora plenamente calculado, mas de forma discreta), criando um terror muito mais psicológico do que qualquer outra coisa. Mas isso não quer dizer que o filme não tenha que ter terror de apavorar com fantasmas e outros. Sim, isso o filme tem e as imagens que nos são apresentadas em seu terceiro ato, logo após uma possível resolução da história, são arrepiantes, de me deixar de olhos arregalados e boquiaberto mesmo hoje, vendo na tela pequena e depois ter visto a obra duas vezes no cinema.


No fim, O Chamado é uma obra de terror das mais gratificantes por justamente não desrespeitar a inteligência do espectador e proporcionar muito mais que berros e sustos gratuitos, como na maior parte dos filmes de terror da atualidade.


Rua Vasco da Gama, 644 – Bom Fim – Porto Alegre/RS
Fone: (51) 3276 0084

2 comentários:

  1. É tão ruim comer com um clima assim. Por mais que a comida esteja boa, parece que ela não entra redondinha.
    Vocês tiveram muita paciência, hein! Lugares com atendimento assim eu costumo nunca mais voltar, infelizmente.
    Espero que esse post ajude a melhorar o atendimento por lá :)

    Fora isso, o entrecot pareceu realmente estar muito gostoso e o filme é um dos poucos que me dão medo. Dizem que a versão japonesa é de arrepiar!

    Beijos

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  2. fui lá e cobraram bem a mais do que estava no cardapio. falha minha nao ter reclamado na hora. desonestos!!

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