Conforme
dito no último post do Chocólatras, saímos do local com aquele
gostinho de cheesecake ainda nos lábios. Já que estávamos na Nova York, qual o
motivo de ir para casa e não conhecer melhor essa rua, descobrindo algum
restaurante? Pensando assim, adentramos no famoso Bier Garten, sem medo e com
aquela sensação que seria sucesso garantido... e foi.
Quando
entramos o movimento estava calmo (na verdade calmo é modo de dizer, estava
vazio... ah, um restaurante vazio, um cinema vazio, quanta presença em um
momento como esse), perdemos a ‘oportunidade imperdível’ de tirar uma foto de
vários garçons batendo papo e dialogando no sofá de entrada...
A
casa é de fato muito bonita, com luzes não muito fortes logo no primeiro
ambiente de entrada.
Mas
em outros ambientes já é bem diferente, sendo alguns mais propícios para ver
jogo do seu time ou ainda, estar com os amigos e outros.
Essa
lareira... fico curioso se de fato vem a ser utilizada nos dias mais frios do
inverno, cairia muito bem...
Pegamos
um lugar no ambiente próximo da lareira, ao lado do simpático quadro...
Percebam
que estilo!
Agora
no detalhe:
Até
pensamos em ir ao buffet de antepastos...
...mas
nada contra, parece saboroso até, simples, mas saboroso e parecia fechar com o
propósito da casa. Mas não adianta, sempre que me lembro ou falo de antepasto,
lembro do Atelier de Massas, aquele
antepasto sim, é uma ‘estupidez’ de sabores (relembrem o texto aqui).
Resolvi pular o antepasto e ir com bolinhos de queijo para entrada... a cara até
pode parecer daquelas bolinhas de salgadinhos da Elma chips, mas o sabor era
dos melhores.
Devidamente
acompanhados de mostarda, dando uma combinação e tanto... aliás, com ou sem
mostarda caíram muito bem!
Acompanhando
os queijinhos e a mostarda (que não era forte nem nada), o básico de sempre.
Mas
chega a hora do sacrifício, do principal... optamos por fritas (que dúvida) e arroz
como acompanhamentos. E as amarelinhas caíram muito bem, sem sair pingando
banha/óleo como em muitos botecos que se julgam de qualidade só porque cobram
baratinho a comida (nada contra os que cobram baratinho, mas que sirvam
qualidade). O arroz também, solto, no ponto.
E o
filé ao
molho de nata... nesse ponto cabe
um adendo: enquanto esperávamos o pedido ser realizado, escutamos fortes
batidas. Não, eram porradas mesmo, era nítido que estavam amaciando o
bichinho... e olha, quando ele chega na mesa e você, o garçom no caso (Valdir,
vai um abraço! e fica nossa recomendação: quando forem no Bier Garten, tentem ser atendidos por este garçom, agilidade e
ótimo atendimento em pessoa), corta com colher...é sinal de sucesso certo! O
filé dos caras é palhaçada, é de pedir para o garçom umas almofadas e comer de
joelhos!
Muita,
mas muita nata, sem comentários... Ou melhor, digo só mais uma coisa: a nata
não é para esconder a qualidade da comida, é porque é muito bem servido de
fato! Vai dizer que não é uma obra de arte?
Ao
ataque então!
Não
tinha como ser diferente, começamos com Chocólatras e fomos para o Garten, é
fato que iria sobrar comida da boa... Sério, o cara nos serviu uma vez e não
aguentamos uma segunda rodada. Mais do que satisfeitos, pedi para embalar as
sobras e prontamente fui atendido. “Valdir, embala tudo para nós? Valeu mestre!”
(sim, porque alguns estabelecimentos de Porto Alegre não possuem embalagem para
os clientes levarem o que sobra de seus pedidos... picaretagem pouca é bobagem,
seus malditos donos de espeluncas que se acham restaurantes com R maiúsculo!).
A
Luciana ainda aproveitou o momento para fazer sua habitual degustação de café,
que segundo ela, estava bem bom.
Saímos
de lá devidamente satisfeitos, a conta toda ficou na faixa de 105 a 110 reais. Dado
o apetite desses glutões blogueiros e que com certeza poderíamos ter pedido bem
menos coisas, a conta poderia ter ficado mais barata. Mas como ficou, nada a
dizer. Ou melhor, só digo que com certeza iremos retornar ao local mais vezes!
Fomos
para a rua à espera de um táxi, pegamos um e casa... infelizmente não foi o
táxi que divulga o pub Nova York 72, mas quem sabe um dia, quando formos nesse
local, quem sabe não pegaremos esse táxi retrô? Eu gostaria...e muito.
Já
falamos aqui o quanto gostamos de cinema, mas que temos reduzido nossas idas e
vindas muito mais em função de pessoas mal educadas do que por qualquer outra
coisa. É impressionante como as pessoas não conseguem ir a um cinema
simplesmente para... ver um filme! É pedir demais? Sim, pelo visto sim. É
bagunça, são celulares ligados e gente mandando torpedo durante o filme,
atendendo e conversando, ou se virando para o lado e contando sobre a história
do filme, e quando você pede silêncio, querem briga, fazem tumulto... uma
completa inversão de valores.
Digo
tudo isso para reafirmar que adoro uma sessão de cinema calma, melhor ainda se
for vazia. E nisso lembrei de uma vez, um filme estava sendo exibido em Porto
Alegre em apenas um cinema e na primeira semana já iria sair de cartaz. Era eu
e mais um casal na sala. E estavam bagunçando, olhando torpedo, luzinhas do
celular... me virei e disse: se não querem ver o filme vão embora ou façam
silêncio! O casal se levantou e foi embora. E assim tive minha primeira sessão
de cinema exclusiva. O filme? Magnólia.
Paul
Thomas Anderson já tinha chamado à atenção de muitos (minha também) com seu
magistral Boogie Nights, um retrato sobre a indústria do cinema pornô dos anos
70 e 80, um trabalho ousado para um jovem de 31 anos na direção. Em Magnólia
seu projeto pode não ser tão impactante quanto em Boogie, mas o resultado é
intenso. Acompanhando a história de diversos personagens, Magnólia é longo sem
parecer arrastado, tem um ritmo bem adequado (em torno de 3 horas de duração),
tem atuações marcantes, mas sem parecer que esse ou aquele ator puxe o filme
somente para si (para citar algumas atuações, Tom Cruise, Julianne Moore,
Philip Seymour Hoffman, William H. Macy, entre outros), uma trilha sonora que
envolve a plateia e a vida daquelas pessoas (ao menos em um momento em
especial), e se não bastasse tudo isso, seu terceiro ato nos revela algo
surreal, bizarro alguns diriam, algo no mínimo surpreendente quando um temporal
avassalador acomete a cidade de Los Angeles... depois da ventania/temporal vem
a... calmaria? Não em um filme de Paul Thomas Anderson... ver Magnólia é ver
algo original, é uma homenagem ao mestre Robert Altman (em especial ao seu
Short Cuts, Cenas da Vida), é cinema de qualidade e quanto mais passa o tempo,
mais o filme mantém sua qualidade, não deteriora com o tempo. Azar é daqueles
idiotas que estavam preocupados em brincar no celular e saíram antes da metade
do filme, perderam uma obra e tanto!
Pois
sim, reafirmamos o que foi dito no começo do post: apreciamos ir a restaurantes
vazios assim como gostamos de ir a cinemas do mesmo modo. Se você aprecia isso
parabéns, entre para o nosso time de cinéfilos famintos
solitários. Se não, não sabe o que está perdendo...
Avenida
Nova York, 79 – Auxiliadora – Porto Alegre/RS
Fone:
(51) 3337 1700 / 3085 9405
Hummm... Filé cortado de colher? Não precisa dizer nada mais: Eu quero!
ResponderExcluirFelizmente Porto Alegre está cheio de lugares assim Amelí, quando conhecer a cidade verá que isso é verdade! rs
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