Quem
me conhece ou ainda, conhece um pouco do Cinéfilos Famintos já ouviu ou leu que a minha
trinca favorita para jantas/almoços/happy hour’s em Porto Alegre se dá pelos
nomes Dado
Bier/Outback/Applebee’s. O Dado Bier não tem erro, o buffet é campeão, o
atendimento idem, sobremesas... o Outback mata a pau no clima descontraído de
começo de noite e início de madrugada (embora às vezes, peque em um ou outro
momento pelo atendimento, vide nosso texto que você pode ler aqui). E sobre o Applebee’s,
é o típico lugar que só não frequento mais por ser realmente afastado da minha
morada, emprego e outros. Só assim para levar tanto tempo para retornar ao
local. Mas o aniversário de uma nobre amiga (parabéns de novo @JanaNeitzke !)
foi a desculpa mais que perfeita para realizar a atrasada matéria do local!
De
cara reparamos a política mais que bem vinda, cardápio logo na entrada (até quando
Porto Alegre, até quando teremos que conviver com a maior parte dos locais sem
fazer isso na entrada do estabelecimento? Baita retrocesso... políticos façam
urgentemente uma lei que obrigue a TODOS os restaurantes a postarem seus
cardápios na entrada do local, a população e principalmente os turistas
agradecem).
Observamos
pequenos espaços para um jantar a dois...
...
ou ainda, se a casa está lotada, você pode aguardar no sofá do primeiro andar.
No
segundo andar observamos um espaço menor, mas igualmente agradável, com mesas
estilo sofá ou cadeiras com as clássicas mesas redondas...
E nesse
ambiente dos sofás é possível pegar um lugar com a vista plena do
estacionamento do Shopping Barra e mais adiante o Rio Guaíba (estudiosos dizem
ser um lago, não um rio, mas...)... para os bairristas que adoram o pôr do sol
de Porto Alegre, é uma pedida e tanto.
As
escadas que servem os andares também têm decoração própria.
Outra
coisa que chama atenção positivamente no Applebee’s são os banheiros personalizados.
Você entra no feminino e observa quadros de James Dean e outros (foto cortesia
da Lu, é claro... rsrsrs), no masculino tem a Marilyn Monroe te encarando e
tals... isso senhores, isso é respeito ao consumidor, isso é oferecer mais do
que o básico, isso é fazer com que as pessoas não fiquem com medo de ir ao
banheiro, pois o aspecto é sujo, o local é escuro e nojento... o Applebee’s
sabe respeitar o consumidor e oferecer algo de qualidade para ele.
Mas
buenas, tudo muito legal, muito bacana, mas... vamos abrir os negócios?
Eu
escolhi um Applebee’s
Cosmopolitan, clássico da coquetelaria internacional, composto de Absolut
Citron, Cointreau, suco de limão e suco de cranberry – delicioso, é claro.
A
Luciana vai do Sky
Blue Martini, com vodka importada e Blue Curaçao batidos com gelo e
uma rodela de limão – devo admitir, o dela é menos forte e mais saboroso
ainda...
E a
Jana foi do clássico Mojito... Mojito campeão esse, bem diferente
daquele do Dado Bier que o pessoal carrega na plantação de hortelã...
Para
petiscos, a Jana e o excelentíssimo esposo foram de Fritas com Chili e não sei mais o que de
vários queijos... provei bem pouquinho e de cara lembrei
imediatamente do Joe & Leo’s e sua versão pra lá de especial do mesmo prato!
Papo
vai, papo vem, uma rodada a mais dos drinks foram consumidos (velho esquema da
casa, rodada dupla de chopp e drinks até 20 horas, amo esse tipo de postura... e
tipo, nada de levar 10, 15 minutos para trazer os drinks, a funcionária Iliane
era sempre muito rápida no gatilho... valeu girl!) além de um guaraná com refil
grátis (maçã minha querida, toca aqui... abelhinha, tu eu quero distância porque
tua picada machuca, mas... te considero também viu... só não toca aqui!) vamos
para a janta:
A
Lu foi de Brasilian
Picanha, que era uma generosa fatia de picanha, fritas temperadas e
arroz pilaf, um arroz temperadinho e com lâminas de amêndoas – uma delícia
mesmo, vale tranquilamente o preço cobrado (pouco menos de 50 reais). A carne parece
pequena, mas é devido ao pedido dela ser com carne entre ao ponto e bem passada
(a carne dá uma secada e diminui um pouco de tamanho em função de perder
líquido, acho que é isso), picanha tem dessas... eu já pulo fora porque não curto
carne mal passada ou crua, a dela realmente estava um espetáculo.
O
meu pedido foi Applebee’s
Teriyaki Shrimp Pasta, fettuccine sob uma coberta de camarões e
legumes a vapor... sabe aquela refeição de brilhar os olhos, de conquistar
pelos aromas, pelo colorido, sabor e outros? Pois é chefia, aqui é o caso. E
muito bem servido, com certeza que sim!
A
Luciana estava bem satisfeita e eu já fui dizendo: quero sobremesa, quero doce
(eu já disse e repito, não tenho intenção de ser magro nem meio termo, favor
não insistir), fomos da clássica fatia de torta Chocolate Cake... PQP, passa
ano, entra ano e esse doce do local continua arrebatando os corações das
pessoas até mais amargas, não tem como não se apaixonar! Para emagrecer reduzir
os investimentos, pedimos uma fatia com duas colheres... se não tivesse feito
um bom investimento no presente da aniversariante, não tivesse pago uns 30
reais de táxi até o local e tals, certamente teria pedido duas fatias e uma
colher... não há de ser nada, na próxima vez eu faço isso e volto para casa
carregado pelo Darcy, vulgo Pacheco.
A
Luciana ainda pediu um café para arrematar todas, um especial da Nespresso,
um Lungo
Leggero, aromático e com suaves notas de jasmim. Ela simplesmente se
apaixonou pelo café.
No
fim das contas, a
brincadeira toda ficou entre 160 e 165 reais (excluindo o mojito e
as batatas fritas com chili da aniversariante), preço mais do que justo e
agradável para toda a noitada que passamos no local... esses caras do Applebee’s
realmente sabem como deixar o cliente satisfeito!
1995:
o ano do primeiro centenário do cinema.
Matérias
na televisão, rádio, jornal... tudo exaltava a Sétima Arte. Onde quer que você
passasse encontrava algum meio de comunicação ou alguém falando dos 100 anos
completados da invenção dos Irmãos Lumière. Falava-se muito do que viria dali
para frente com o cinema: efeitos especiais iriam invadir ainda mais as telas
(Jurassic Park abriu as portas para isso de certa forma), atores mortos
poderiam normalmente participar de próximos filmes, baseado em todo seu
histórico de atuações e uma tecnologia que estaria por vir e que proporcionaria
isso, entre outros fatores. O cinema brasileiro continuava ferrado, mas aos
poucos iria mudar. Nesse ano, as garotas tinham pôsteres e outros de Brad Pitt
em Lendas da Paixão, Tom Cruise ainda levava ao delírio o público fã de filmes
de vampiros e o Oscar se aproximava com uma valiosa seleção de filmes
produzidos no ano anterior, um ano em que concorreram para melhor filme, entre
outros, Um Sonho de Liberdade, Pulp Fiction, Forrest Gump... a choradeira por
parte de muitos foi intensa, visto que um homem de QI abaixo da média, corredor
e sempre com uma caixa de bombons no banco da praça desbancava os mafiosos
Vincent Vega, o boxeador de Bruce Willis, a interpretação visceral de Samuel L.
Jackson, entre outras tantas virtudes do segundo filme de Quentin Tarantino.
Apesar de ter assistido aos dois filmes no cinema, vou me deter basicamente à Pulp Fiction
e deixar Gump um pouco de lado.
Vencedor
da Palma de Ouro em Cannes em maio de 1994, Pulp Fiction era um filme que
com o passar do tempo começou a me alimentar certa expectativa para assistir no
cinema. Exibido inicialmente em uma sessão estilo pré-estreia no recém-inaugurado
Guion Cinemas (tendo seu primeiro filme a ser exibido o uruguaio Puerto
Escondido), se não me falha a memória a obra teve sua sessão de sexta para
sábado, acredito que no horário da meia noite (o Guion arrancou de forma
avassaladora, exibindo filmes Cults de tempos em tempos... lembro que no
primeiro mês houve uma ou duas exibições seguidas de Blade Runner... Blade
Runner no cinema senhores, que momento que perdi, mas que iria reencontrar 5
anos depois. Mas isso já é uma outra história). Lembro que a sessão começaria
13h15, a primeira sessão de todas seria nesse horário, um histórico 03 de março
de 1995.
Cultura
pop americana, montagem que se não inovadora, ao menos mudava radicalmente a
estrutura clássica narrativa dos filmes, resgate de um astro dos anos 70 e até
aquele filme decadente... Pulp Fiction é um filme e tanto e ainda hoje
funciona de maneira inteligente, intacta e por vezes impactante. Na saída do
cinema a sensação era de estar atordoado, de ter sido lançado a um ringue e ser
golpeado por vezes seguidas pelo assassino de Zed, mas ainda assim não morrer,
de ser cravejado de balas e ainda assim permanecer vivo (intervenção divina
diriam alguns, Ezequiel versículo 25, capítulo 17), de sair cantando em
silêncio canções de Willie Nelson, Overkill e outros, de por mais cansaço que
estivesse com tudo que já tinha acontecido naquele dia (mudança de escola,
poucas horas de sono, dia malditamente quente, sem nuvens/vento e/ou chuva), não conseguiria piscar os olhos no trajeto até o
cinema, durante e depois da obra de Tarantino, como se tivesse sido injetada em
minhas veias uma injeção de adrenalina tal como o foi em Umma Thurman... nada
iria mudar ou apagar a sensação, a experiência intensa, extrema e extasiante
que foi assistir Pulp Fiction nos cinemas... maldito Tarantino, desde
adolescente eu já tinha a clara noção de que esse ex-nerd de locadora sabia das
coisas!
Av.
Diário de Notícias - 300 Shopping Barra Sul - Nível Guaíba – Cristal – Porto
Alegre/RS
Fone:
(51) 3249 7335
Nenhum comentário:
Postar um comentário