Sábado
de manhã, assisto ao programa do Anonymus Gourmet – como de costume – vou à
feira comprar temperos “y otras cositas
más” e depois me mando pro centro de Poa. Meu destino? O Mercado
Público, pois como não me canso de dizer, é o melhor local de Porto
Alegre para se comprar peixe e frutos do mar fresquinhos (entre outras coisas,
como temperos os mais variados). Enquanto isso o Maza ficou cuidando dos
preparativos para a nossa empreitada na cozinha.
Foto tirada antes do
fechamento do Mercado em função do incêndio ocorrido em julho/2013. As compras
para este prato também foram feitas antes do ocorrido, mas optamos por deixar
passar um tempo e o Mercado reabrir para depois postarmos nossa matéria.
Questão de respeito.
http://youtu.be/PQQMFbgdWmA
O
prato do dia? Paella
da Lu e do Maza! (nada modestos... rsrs).
Mas
vamos lá na Japesca,
curto muito o atendimento dos caras, e os produtos são sempre de excelente
qualidade.
Minhas
compras no Mercado Público foram: 500 gr. de camarões GG sem casca, 300 gr. de
camarões GG com casca e 1 kg. de filé de cação.
De
volta das compras é hora de descansar para mais pro final da tarde/início da
noite começar a preparar a Paella.
Vamos
pra cozinha?
Finzinho
da tarde e os ingredientes começam a surgir diante da câmera:
Que
visão esses pimentões!
Lavei
bem os camarões com casca, pois as cascas servirão para o caldo.
Camarões
para um lado...
...Cascas
para o outro!
Depois
de limpos os camarões, cortei em pedaços grandes: cenouras, pimentões - verde, vermelho e
amarelo – cebola, alho e uma porção de tomilho. Reservei.
Enquanto
isso, o Maza clicou o recipiente com 3 ovos cozinhando, eles servirão para o
enfeite ao final.
Uma
frigideira bem grande e de laterais baixas.
Azeite
de oliva e é claro, o que uso sempre: manteiga de aviação (para quem nunca
usou, acreditem: ela é sim mais cara, mas faz toda uma diferença, um sabor e
aroma incomparáveis com a grande quantidade de manteigas existentes no mercado).
E
as nossas cascas dos camarões vão para a frigideira!
Nosso
convidado de honra:
Agora,
por conta e risco, deixamos com vocês um vídeo das cascas sendo flambadas.
Depois de flambadas as cascas, deixei dar uma fritadinha até dourarem.
Aí juntei os ingredientes que havia cortado.
Acrescentei água até cobrir tudo e um pouco de sal, e deixei cozinhar até reduzir um pouco e formar o nosso caldo, para ser utilizado depois no cozimento do arroz.
Enquanto isso, vamos aos outros ingredientes:
Um pacote de anéis de lulas previamente descongelados.
Esse filé de cação maravilhoso.
Que depois e cortado foi se juntar aos pedaços de Kani (dica: descobri esse alimento de tanto frequentar o amável Dado Bier do Bourbon Country, tanto no buffet como na paella deles esse alimento dá um sabor diferente à refeição).
Os camarões sem casca (não os que descasquei, aqueles servirão de enfeite para o prato depois de passados na manteiga).
Que
belezura!
Tudo
aguardando sua hora de entrar em ação:
Esses
aqui de cima em especial, vão para a panela somente ao final do preparo, depois
que o arroz já estiver cozido. Eles são os “enfeites”.
Arroz
arbóreo – 2 xícaras.
Os
camarões que foram descascados foram passados na manteiga e posteriormente
flambados pelo Maza, vamos ao vídeo! Esses servirão para decorar a paella.
Agora vamos pra wok!
Manteiga de aviação, azeite de oliva, cebola e camarões!
Agora vamos pra wok!
Manteiga de aviação, azeite de oliva, cebola e camarões!
Lulas!
Agora
é hora do Kani.
Delícia
de cação, na medida.
Agora
o arroz, o açafrão e nosso caldo delicioso que preparamos antes.
Enquanto
eu finalizava a paella, o Maza colocou a mesa.
E
tratou do serviço do vinho, um excelente Ancellotta Gran Reserva da Don Guerino que eu
trouxe da Festiqueijo
em 2012.
Fumacinha
lindona... oops!
E
aqui está ela: nossa paella!
Agora
é aproveitar essa paella maravilhosa e é claro, devidamente acompanhada do
vinho que escolhemos.
Pratos
assim sabemos que não são baratos, mas de vez em quando é super obrigatório nos
darmos a chance de apreciar algo do tipo. Eu amo cozinhar, e cozinho
relativamente bem (ufa!), então não estranhem se de vez em quando aparecer uma
nova receita por aqui (estou devendo fazer uma receita com salmão, não
estranhem se ela logo aparecer por aqui). Essa nossa aventura gastronômica, sem
contar o vinho, ficou
na casa dos 100 reais (excetuando o convidado especial, Johnnie
Walker, que o Maza já tinha em casa). Espero que gostem!
E
vamos lá aproveitar mais uma crítica minha que foi postada anteriormente no Fila K!
Agora é a vez do fofo, do ‘zoiudo’, do carismático... tá chega... rsrsrs do Gato de Botas.
Criado
pelo escritor francês Charles Perrault no conto de
fadas O Gato de Botas (1697), e depois adaptado para o cinema
como o conhecemos hoje, em Shrek 2 (2004) e nos dois filmes
posteriores (Shrek Terceiro, de 2007 e Shrek para Sempre, de
2010), o Gato de Botas agora se apresenta em carreira solo, no filme Gato de Botas, nova animação da DreamWorks
dirigida por Chris Miller (Shrek Terceiro).
O
filme já nos apresenta ao personagem-título (Antonio Banderas) como um esperto
ladrão, mas não se assustem, pois ele é daqueles que rouba somente de quem
merece ser roubado. Ele precisa de dinheiro para saldar uma dívida antiga, e em
um bar para lá de suspeito fica a par da existência dos feijões mágicos que o
levaria à gansa dos ovos de ouro (sim, aqueles de João e o Pé de Feijão),
que segundo se sabe estariam em poder de Jack (Billy Bob Thornton) e Jill (Amy
Sedaris), dois temidos assaltantes e assassinos. Enquanto bebe tranquilamente
seu leite, ele colhe mais informações para seguir na sua empreitada.
O
Gato de Botas é inteligente, astuto, sarcástico, malvado, sedutor, fofo e tem
um sotaque irresistível. Entre outras tantas qualidades, é claro. Mas, o que
dizem ser a perdição de um homem (neste caso, de um gato)? Uma mulher, certo? E
nem o nosso querido felino ruivo seria capaz de escapar disso. É aí que entra
em cena Kitty Pata-Mansa (Salma Hayek), uma charmosa ladra, e das melhores,
pois consegue roubar sem que seja percebida a sua presença. E logo o pobre Gato
cai em seus encantos.
Humpty
Alexander Dumpty (Zach Galifianakis), o “ovo”, está na busca pelos feijões
mágicos e precisa do Gato para ajudá-lo a consegui-los. Mas, Gato tem um
problema sério com Humpty, e é Kitty quem deverá tentar convencê-lo a passar
por cima de tudo e aceitar a jornada.
O
filme ainda nos brinda com a infância do Gato, um pouco da sua história no
orfanato onde foi criado desde que era um bebê-gato, e como ele veio se tornar
o Gato de Botas. Desde pequeno ele já sabia convencer a todos com o seu olhar
característico, o famoso “olhar de Gato de Botas”.
A
textura dos personagens e a direção de arte são incríveis. É possível perceber
a diferença entre os pequenos personagens e o mundo “adulto” que os cerca. A
fotografia saturada também auxilia a tornar a história ainda mais real, e o
clima de faroeste presente em boa parte do longa ambienta os personagens de
forma acertada. A trilha de Henry Jackman dá um toque especial de charme ao
filme, principalmente nas cenas de “duelo de dança” entre Gato e Kitty. Aliás,
essas cenas roubam parte dos louros da produção, são extremamente bem
elaboradas e na medida certa.
O
recurso split screen (tela dividida) é uma escolha
inteligente, tem seu uso comedido no filme e nos momentos certos. A princípio
cogitei que o 3D do filme não estaria sendo tão bem aproveitado, mas preciso me
render à tecnologia quando relembrando algumas cenas em especial percebo que
sem o recurso tais cenas se tornariam o “mais do mesmo”. Como exemplo, posso
citar as cenas de luta, ou quando os personagens são levados ao alto pelo
crescimento do pé de feijão, ou ainda, imediatamente antes disso, quando da
tempestade que se forma. O recurso é realmente utilizado com sabedoria e de
forma acertada.
Um
dos poucos tropeços do roteiro talvez seja não desenvolver completamente alguns
dos personagens, como Kitty Pata-Mansa, da qual obtemos apenas algumas parcas
informações durante o filme. É uma personagem que se bem desenvolvida poderia
complementar perfeitamente o universo do Gato, o que não acontece. Da forma
como nos foi apresentada ela apenas faz parte daquele contexto, mas sem
sabermos as suas reais motivações e nem o que a leva a tomar suas decisões.
Outro ponto fraco do roteiro de Tom Wheeler é o fato de não explorar
adequadamente o suspense com relação à aparição do “Grande Terror”, que quando
revelada se torna algo simples demais.
A
escolha do elenco no áudio original é excelente. Banderas, já sabemos que é o
Gato e dele ninguém tira o posto, mas os outros dubladores também estão ótimos.
Aliás, até Guillermo Del Toro, que também caiu de amores pelo personagem,
empresta sua voz a um deles, o Comandante de polícia da cidade.
Gato de Botas é
tanto para adultos quanto para o público infantil, apesar de que certas tiradas
acabem por se perder no universo de pensamentos das crianças. O filme tem um
humor extremamente inteligente, além de serem abordados temas importantes como
a amizade, a escolha e o perdão. Um filme interessante para um personagem igualmente
interessante e especial, um personagem que afinal de contas, consegue sustentar
um longa sem ter um burro e um ogro ao seu lado e, principalmente, sem passar
todo o tempo com seu olhar tradicional, como se isso fosse necessário para
prender a atenção e atrair ainda mais a simpatia da plateia.
Obs.: Crítica postada
originalmente e na íntegra em 08/12/2011 no Fila K.
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