Expectativa
é algo complicado. É muito mais que isso, mas deixamos assim. Complicado porque
podemos estar com altas expectativas e chegar na hora e se decepcionar. Mas
sabe quando a expectativa é altíssima e ela é superada? Pois então... muito
prazer, sou o Pâtissier!
Nossa
reserva já tinha sido feita há dias, desde que soubemos qual seria o prato
principal do fim de semana. Reserva na parte interna, nunca fui muito de
ambiente externo e na rua, confesso. Mas nesse dia, quis o maravilhoso tempo
estar a meu favor e da Luciana, e se você pensou que estava chovendo... acertou,
viva (ironia mode off, adoramos chuva mesmo!). De cara, já vamos sabendo onde
ficaremos...
Vamos
lá, caminhando por um corredor pequeno, mas aconchegante, entre finas cortinas
pretas vamos indo localizar nossa reserva...
E
poxa vida, como levamos tantos anos para conhecer o Pâtissier? Que erro! De cara
você já nota aquele ambiente todo especial para os convidados, um ambiente que
trabalha com a simplicidade, uma área simples, mas bem definida, com mesas com
bom espaço...
Mas
a mesma simplicidade também se nota em muito bom gosto, com sofás e quadros em
várias partes do ambiente.
O
Chef Marcelo Gonçalves mostra desde já que não entende apenas de gastronomia,
valorizar objetos antigos não é transformar um local em velharia e sim
conseguir dar um ar nostálgico ao local e ainda acrescentando utilidade aos
objetos... poxa, não tem como não achar legal aquele carrinho de ferro, um
fogão a lenha e tudo mais!
E
para finalizar isso, onde muitos achariam já ultrapassado e colocariam fora,
aqui ganha um toque especial, elegante ao espaço...
Alguém
há de pensar: estava frio nesse dia, como faz? Não tem problema, um aquecedor
aqui...
Outro
ali e tals... e tudo se resolve!
Mas
tchê, e a comida hein? Ok, vamos seguir para a próxima fase! Chegamos uns 30
minutos antes de começar o horário do almoço e gentilmente, o Marcelo veio
então até a nossa mesa e nos serviu uma porção com azeitonas pretas e ovos de
codorna...
Para
acompanhar, um baldinho de Stella Artois: gelada e na medida.
Dito
isso, o garçom nos apresenta como será o menu do dia de hoje: entrada, prato
principal e sobremesa, tudo isso no cardápio prato! Para ser genial não
precisa ser mirabolante, simplicidade, como dito antes, muitas vezes faz toda a
diferença!
Mas
o prato principal eu deixei para a Luciana, que ficou com o clássico
Hambúrguer, eu optei pelo Japa... vai um folder explicativo da belezura? Claro
que sim, vamos lá.
Enquanto
ficamos aguardando pelo creme de moranga, o carrinho de outrora vazio, acho já
está cheio de guloseimas saborosas...
E põe
mais lenha no fogão que daqui a pouco tem panela fervendo pela frente!
Nisso,
fomos lá pegar um pãozinho com manteiga...
Antes,
a Luciana devido ao elevado teor alcóolico de tantas Stellinhas já
saboreadas acabou confundindo manteiga com queijo e pegou mais uns
pedacinhos dela... quer saber? Tem gente que vem com aqueles papos que fruta é
isso, que ômega 3 é aquele outro... na boa velho, pra mim MANTEIGA É VIDA e com
ela eu sigo firme e forte, pode ser pura que eu como numa boa, sem moderação...
valeu ae Luciana, pela dose extra de manteiga, adorei!
Só
sei que de relance vejo aquela panela de ferro fumegante, aquele cheiro maravilhoso...
ah, lá vem ele, o creme de moranga!
Melhor
que isso só aquele toque de tempero verde... ah, um toque pra lá de sensacional
de gengibre na sopa deixa ela ainda mais quente enquanto estávamos
experimentando... Marcelo, toca aqui!
Antes
de fazermos a festa no dia do hambúrguer, sempre escutávamos que eles eram
assados na brasa, no carvão. Será mesmo? Fomos lá na cozinha conferir... uma
imagem vale por mil palavras:
Bom,
chegaram os pratos principais!
O
famoso hambúrguer
do chef Marcelo, quem pode falar mais é a Luciana: “um hambúrguer de
190 gramas, feito artesanalmente com uma mistura de filé mignon, linguiça e
temperos. Fabuloso! Assado no carvão e acompanhado de uma pequena porção de
gorgonzola, as deliciosas cebolas roxas e as batatinhas como complemento. Tudo
perfeito, tudo muito saboroso“.
Sobre
o Japa,
digo que foi um dos hambúrgueres mais diferenciados que já provei. A mistura
dos elementos, a carne no ponto, a quantidade bem servida (pode parecer pouco,
mas são 160 gramas de carne da mais saborosa)... um espetáculo!
Estávamos
super satisfeitos, o atendimento dos garçons, a gentileza do Marcelo de ir de
mesa em mesa e conferir se estava tudo de acordo... estava sendo uma tarde
memorável, mas vamos adoçar ainda essa tarde. A Luciana ficou com a sobremesa
do dia, Torta
Helmut com sorvete de iogurte e molho de cacau. Provei e confirmo
que é uma delícia.
E
olha o toque de uma fruta diferente: mãe, pai, colegas de trabalho, amigos... estou
fazendo bonito, alimentação saudável, até fisális rolou nesse dia, olhe ela ae!
Eu,
por outro lado, fiz as vezes de Luciana e optei pelo cheesecake com calda de amora...
tudo, tudo... e mais tudo de bom.
Sei
que lá pelas tantas você via pessoas chegarem, abrirem sorrisos, saírem de lá
alimentados e mais felizes ainda... e nós ali, seguíamos firmes e fortes. Eu
nunca escondi que gosto de quebrar paradigmas, tais como começar pela sobremesa
e depois pela parte salgada... dessa vez não foi assim, mas depois de tudo
isso, uma stella aqui, mais um balde ali... fui lá me servir de novo de sopa,
isso já sendo quase 16 horas... gula, um pecado que tenho prazer imenso de
cometer a todo momento!
Umas
4 horas depois resolvemos que era hora de rumar para outros caminhos, deixar o
Marcelo e sua equipe em paz, ao menos naquela tarde... recebemos a conta dentro
de um livrinho fino, das antigas, me lembrou aquele estilo de livros pulp fiction e foi assim que recebemos nossa conta, 100
reais por pessoa (200 e mais umas moedas). Barato, caro? Como diria
o personagem Jesse (interpretado por Ethan Hawke, nos filmes que a Luciana
falará um pouco mais a seguir): vai da percepção de cada um. Da nossa parte
digo que 2013 teve desde já um dos melhores momentos, e que dificilmente será
superado: obrigado por tudo Chef Marcelo e equipe, esperamos retornar mais
vezes ao fantástico Pâtissier!
Venho
acompanhando a história de Jesse (Ethan Hawke) e Celine (Julie Delpy) desde que
ambos desembarcaram daquele trem em junho de 1994, em Viena. Richard Linklater
concebeu o filme Antes do Amanhecer
de forma mágica. O roteiro traz diálogos muito bem construídos, cheios de
significado e que nos fazem conhecer um pouco de ambos os personagens. Após
passarem a noite desvendando as belezas da cidade eles precisam se separar,
cada um precisa seguir seu rumo.
Em Antes do Pôr-do-Sol voltamos a
encontrá-los em Paris, nove anos mais tarde. E nove anos mais velhos. Dessa vez
Julie Delpy e Ethan Hawke assinam o roteiro junto com Linklater, ajudando a
construir a história de seus personagens. Os diálogos novamente muito bem
escritos nos mostram a realidade de duas pessoas que passaram nove anos sem se
ver e que mesmo assim não conseguiram esquecer o sentimento que construíram em
uma única noite que passaram juntos.
Depois
de dois excelentes filmes, a expectativa para o (provável) desfecho da história
de Jesse e Celine era alta. Afinal, mais nove anos se passaram desde a última
vez que encontramos o casal.
E
foi com certo alívio que saí da sessão de imprensa de Antes da Meia-Noite, pois mais
uma vez o diretor nos entregou um belo filme, repleto de significados e
história.
Dessa
vez encontramos Celine e Jesse mais velhos, com mais preocupações e em férias
na Grécia com suas filhas gêmeas e o filho do primeiro casamento dele. Depois
de deixarem o garoto no aeroporto para voltar para Chicago – onde mora com a
mãe, com quem Jesse não tem um bom relacionamento – eles voltam de carro para o
sítio onde estão hospedados, na casa de um escritor supostamente famoso. Nesse
ponto podemos perceber um pouco de como se tornou a vida deles depois de
casados, pois os diálogos, apesar de muito bem construídos não são do mesmo
teor que estávamos acostumados. Aqui temos um casal que se preocupa com o
trabalho, os filhos, as contas para pagar e o problema que é a distância que
separa Jesse de seu filho.
Temos
vários personagens em cena, alguns mais relevantes que outros, mas todos com
seu papel a desempenhar. Durante um almoço com a família com quem estão
hospedados é que temos os diálogos mais bem elaborados do filme, com o
excelente roteiro novamente escrito pelos dois atores e o diretor. Algumas
tiradas são fantásticas, o humor – às vezes pendendo quase para o humor negro –
está presente em boa parte das conversas.
Jesse
e Celine se conhecem tão bem depois de tanto tempo, que as constantes
discussões do casal são recheadas de alfinetadas. Arrisco a dizer que ambos
sabem exatamente o que dizer, em que ponto fraco tocar para derrubar os
argumentos do outro. Celine está muito mais neurótica do que já era, o que se
torna combustível para as brigas.
Se
em Antes do
Pôr-do-Sol tínhamos a premissa de que o amor conseguiria suportar os
anos de separação que eles tiveram, aqui em Antes da Meia-Noite temos o
questionamento, a dúvida, de quanto o amor é capaz de resistir depois de tantos
anos juntos. Um belíssimo filme, que a meu ver pelo menos, pode encerrar de
forma brilhante a história do jovem casal que se conheceu em um trem na Europa
18 anos atrás.
Rua
Marquês do Pombal, 128 – Moinhos de Vento – Porto Alegre/RS
Fone:
(51) 3395 3848
Horário
de funcionamento: 5ª e 6ª das 11h às 20h e sábados das 10h às 18h (almoço
servido após 12h30)
Além da análise da Luciana, complemento dizendo que funciona muito melhor ver Antes da Meia-Noite revendo os anteriores o quanto antes. Fiz isso nesse fim de semana e o terceiro se tornou ainda melhor. Você consegue reparar nas mudanças de Ethan (de cara calado no trem para um pai super preocupado e falante com o filho), uma linda Delpy para uma pessoa que ainda segue linda, mas muito mais marcada pelo tempo, pelas dificuldades de se viver em uma sociedade moderna, sendo mãe de família e fugindo do esperiótipo dona de casa/doméstica. Os diálogos continuam excepcionais e como bem lembro a Luciana, em alguns momentos ficam próximos do delicioso humor negro ("a vantagem de ser uma mulher com mais de 35 anos é a chance menor de ser estuprada"). Mas a trama evolui, assim como 18 anos se passaram...o filme deixa de ser um romance? Longe disso, mas aquele ar de jovens desbravadores dá margem para adultos com suas angústias cada vez mais presentes, brigas por qualquer motivo e o mais difícil, como contornar isso sem parecer superficial? Veja o filme e tire suas conclusões. A minha é: Antes da Meia-Noite continua tão excelente quanto os que o antecedem. E Julie Delpy, por mais neurótica que estava, continua linda, ufa! Quanto a beleza do Ethan Hawke, deixo a ala feminina se manifestar...rsss
ResponderExcluirGente, que lugar interessante em todos os sentidos! Decoração, cardápio comida...Babei nos dois hamburgueres!
ResponderExcluirÓtimo post :)
Beijos
Renata Diem