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07/02/2013

Fazenda Barbanegra


Dias livres são bons para aproveitar e fazer coisas diferentes do habitual. No caso, almoçar em algum lugar novo. Assim, fomos na Fazenda Barbanegra.




Com antecedência marcamos nossa reserva de cupom para logo na abertura do local, 11h30min. No cupom tinha a informação de que atraso superior a 10 minutos invalidava a utilização do mesmo. Chegamos ao local 11h22. 11h30 min. em ponto e nada de abrir o local. Com um atraso – absurdo e injustificável – de mais de 5 minutos, abriram a casa. Pergunto assim: se prezam tanto por pontualidade na hora de utilização de cupons, não seria o caso de o mesmo acontecer na abertura do local?



Ao entrar no local, alguns funcionários (incluindo quem ficava na recepção do caixa) nos olhavam com cara de assustados e não parecendo entender o horário que chegamos. De novo, se o local ‘supostamente’ abre 11h30min, deve abrir 11h30min e estar ciente que alguns clientes levam pontualidade a sério. Obrigado. Dito isso, observamos algumas mesas mais próximas da saída. Acabamos pulando, pois ali estava bem abafado.


A Luciana adora essas coisas ‘retrô’ e gostou muito desse aparelho de som das antigas...


Sentamos em uma mesa bem agradável e próxima do ar condicionado.

Mais ao fundo podemos observar a parilla sendo preparada...


Antes que pudéssemos olhar o cardápio, lembramos do Al Dente. Opa, estamos em um local com parilla e que serve massa? Não leitores, lembramos de lá, pois tal qual na Fazenda Barbanegra você mal senta e os garçons já colocam o couvert na sua mesa. Detalhe: querendo ou não. E claro, ele é cobrado. A mim não incomoda, mas já fui a locais que não estava interessado em couvert e pronto. Seria no mínimo desagradável ter que recusar aqui e eles falarem que é norma da casa ou algo do tipo... fiquem atentos a isso. Sobre o couvert, bem razoável e de ótimo custo x benefício.


Logo após chegou nossa entrada, uma salada, que consistia em um mix de folhas verdes com lascas de damasco, castanhas, croutons e parmesão... eu gostei, a Luciana nem tanto... rsss


Olhamos enfim o cardápio e além do prato principal pedimos uma linguiça calabresa fina, para vir antes do prato principal. E ela é um espetáculo, chega na mesa em uma chapa com brasa, fervilhando!


Detalhe da calabresa e do carvão embaixo da chapa.


Lá pelas tantas chegou nosso admirável prato principal: entrecot ao molho gorgonzola... muito, muito bom!


Acompanhado de arroz branco, claro!


Uma sobremesa no final, para aliviar aquela carne no estômago... sorvete de doce de leite, fechou todas.


A Luciana ainda pediu um café e aprovou. Rapidamente servido e na medida (sobre o rapidamente servido, quando o local começou a dar movimento, a partir de 12h30min, notamos que o movimento na nossa mesa começou a ficar mais rápido... sentimento do tipo: agilizar essa mesa para eles liberarem logo? Talvez sim, talvez não...).


No fim, a conta toda ficou em torno de 70 reias (sem cupom ficaria em média 115 reais). A Fazenda Barbanegra é mais uma opção Porto Alegrense quando o assunto é Parilla de qualidade. Se não pecassem em algumas questões, tais como falta de pontualidade e couvert imposto, seria ainda melhor o local.

Após dirigir seu primeiro filme, Quentin Tarantino estava em alta. Cães de Aluguel causou frisson em Cannes e em outros locais, seja pelo lado positivo de seu filme com roteiro não linear, suas referências pop, seja pelo suposto lado negativo, a violência de algumas cenas, entre essas o famoso corte de orelha de um dos personagens principais. Seja positivo ou negativo, o mercado abriu as portas para seu trabalho não apenas de diretor, mas também como roteirista. Amor à Queima-Roupa é dirigido por Tony Scott, mas o roteiro de Tarantino faz toda uma diferença.


No longa observamos Clarence Worley, que em pouco tempo conhece Alabama Whitman. E ‘essa duplinha do barulho vai aprontar várias confusões, entrando em altas encrencas ao longo do filme’. Apesar dessa sinopse melhor estilo sessão da tarde, é bem por ae a história. Mas vamos aos fatos:

Se em Cães de Aluguel Tarantino foi acusado de ser misógino (seu filme era só de homens e uma ou duas mulheres apareciam poucos segundos, praticamente como figurantes), homofóbico e racista, aqui as coisas parecem bem diferentes. Na abertura do filme observamos Clarence conversando com uma mulher sobre Sony Chiba, em um bar estilo boate. Claramente a mulher em questão tem o figurino e o estilo de uma Madonna anos 80 (não se esqueçam de que o começo de Cães de Aluguel é sobre Madonna e o real significado da letra da canção Like a Virgin). Indo além da abertura do filme: Patricia Arquette interpreta Alabama de maneira apoteótica, nunca (NUNCA) esteve tão sensual, tão bela em cena, tão envolvente como uma até então garota de programa. Ela é a protagonista, a narração em off quando acontece é através dela, e ela faz o caminho a ser trilhado por Clarence a partir do encontro dois. Aliás, a química entre Clarence e Alabama é intensa, arrebatadora, nunca artificial, tudo flui de maneira quase que perfeita em cena.


Sobre Clarence, logo nos primeiros minutos do filme observamos o fascínio do personagem pelo Rei do Rock (que, em alguns momentos, surge como um espírito, uma falsa presença física que serve para dar conselhos ou apoiar as atitudes de Clarence), que se fosse possível, se vivesse naquela época e fosse possível, transaria tranquilamente com ele... porra, é o Elvis Presley! Sobre o racismo... bom, isso se mantém, mas de uma forma distante da tradicional questão étnica branco-negro. Dessa vez observamos um embate brilhante entre Christopher Walken e Dennis Hooper. Clifford Worley (Hooper) acuado, sabendo de sua futura morte através de Vicenzo Coccotti (Walken), começa a falar sobre a origem dos Sicilianos (família do personagem de Walken) e descreve uma pequena tese sobre os crioulos que transaram com mouras e que o sangue dos sicilianos, no sangue deles corre sangue de negro... um momento brilhante de Amor à Queima-Roupa que termina com Walken descarregando sua arma em Hooper.


O longa ainda traz as referências pop de Tarantino, tais como uma sessão tripla de cinema com filmes de Sony Chiba (que posteriormente, 10 anos depois faria o papel de Hattori Hanzo em Kill Bill, volume 1), além do que você encontra uma sessão de cinema com pessoas conversando e fumando tranquilamente na sala... politicamente incorreto? Na teoria sim, na prática são Tony Scott e Tarantino fazendo coisas que a maioria não faria. E estão pouco se lixando com a reação do público, adoro isso!


Mas, se o filme é brilhante em diversos pontos, algumas coisas me incomodaram, talvez pela direção mesmo de Scott e nem tanto pelo roteiro. A ‘primeira noite’ entre Clarence e Alabama, a primeira transa do casal é no mínimo brochante, mal filmada, entre as sombras, de forma escura e quanto tem iluminação, é em tom azul, totalmente equivocado e ainda por cima em câmera lenta. Uma cena longa e até desnecessária, o que acaba fazendo um contraponto com outro princípio de transa entre o casal, em uma cabine telefônica e no meio da estrada com caminhões e outros circulando... às vezes mostrar menos é mostrar mais! O segundo ato do filme também é um pouco arrastado, toda a negociação para entrar no hotel, rende momentos que se prolongam além do necessário. A trilha sonora de Hans Zimmer é muito boa (Hans Zimmer pessoal, 20 anos atrás ele já mandava muito bem e não era com o Nolan ainda!), porém a música-tema de Alabama é repetida de maneira exaustiva, até em momentos que requeriam a tensão e até o silêncio, a trilha alegre e faceira entra em cena, quebrando o impacto de um ou outro momento. Mas, são pequenos detalhes que não prejudicam as virtudes do longa.

Além de tudo que foi dito, Amor à Queima-Roupa traz violência em cena, muita. Temos um Gary – olho de vidro e cabelo rastafári – sendo destruído com balas de espingarda, mesmo destino de James Galdolfini (embora esse último ainda passe por um corte no pé, feito por um abridor de vinho, uma dor de cabeça com um suporte de banheiro arremessado no seu crânio e, se não bastasse isso, queimaduras em partes do copo, união de um isqueiro com um spray. E mesmo com tudo isso ele continuou não morrendo, só com espingarda para resolver tudo isso!). Tem também outras participações especiais, tais como Samuel L. Jackson, Brad Pitt (ultra mega chapadão) e Val Kilmer, como o ‘conselheiro Elvis Presley’.


No fim, Amor à Queima-Roupa é um baita filme sobre ação, amor, violência, mortes, Sicilianos, sobre um homem que ama Elvis e que encontra uma Alabama em sua vida, e assim pretende viver, pelo resto de seus dias. Na real o filme é muito mais que isso, mas veja e tire suas conclusões. E repito: o filme é dirigido por Tony Scott, mas é o roteiro de Quentin Tarantino que faz toda a diferença.


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