Informação: A matéria abaixo foi elaborada e pensada antes do triste incêndio que
tomou conta de parte do Mercado Público de Porto Alegre, em 06/07. Na
verdade, a matéria abaixo estava prevista para entrar no ar na semana do
ocorrido, mas seria falta de sensibilidade e no mínimo senso de oportunismo
colocarmos no blog a matéria logo depois do incêndio. Esperamos com ansiedade a
sua reabertura e a sua gradual reconstrução. Patrimônio cultural de cada cidade,
o Mercado Público de Porto Alegre não é diferente: tem história, tem encanto,
tem vida própria. Nosso Mercado é rico de variedades, de pessoas e de
simbolismo que se torna no mínimo absurdo alguém pensar em implosão para o prédio.
Nós, assim como a maioria dos porto-alegrenses, respeitamos, admiramos e
gostamos do nosso Mercado Público e estamos torcendo para que aos poucos, tudo
volte ao normal: o Mercado Público de Porto Alegre é muito grande para parar em
definitivo ou ir abaixo. É o Mercado do mocotó do naval, dos produtos mais
baratos, dos frutos do mar e, entre tantos pontos marcantes, da clássica Banca 40, que você lê a seguir: volta com tudo Mercado Público
de Porto Alegre! Agora que começou a reabrir, só vai!
E eu sempre ouvia todos comentarem sobre as delícias da Banca 40 do Mercado Público de Porto Alegre, mas por incrível que pareça eu nunca tinha ido lá. Então chegou a hora!
E eu sempre ouvia todos comentarem sobre as delícias da Banca 40 do Mercado Público de Porto Alegre, mas por incrível que pareça eu nunca tinha ido lá. Então chegou a hora!
De chegada já fui espiar os sorvetes...
E é claro, as saladas de frutas.
Mas como sou do contra, queria tomar café da
manhã, então pulei a salada de frutas com sorvete nesse dia e resolvi olhar
mais atentamente a vitrine de salgados.
Alguns bem apetitosos, mas fui me sentar e olhar
o cardápio.
Fiz meu pedido, que foi computado nesse
cartãozinho aí (que, diga-se de passagem, belo cartão: simples, objetivo, mas
que deixa claro que o local é clássico do Mercado Público, quase 90 anos tem a
banca!)...
... e fiquei olhando o movimento.
Gosto da arquitetura do Mercado!
Tenho um sério problema quando pego um cardápio
e leio “mortadela Ceratti”... parece que todo o restante se apaga... hehe
Meu pedido foi um café expresso com leite bem
cremoso.
E um Paulista – pão italiano, 150 gr. de mortadela Ceratti,
alface, tomate e queijo. Pedi para prensar para ver no que dava e
gostei do resultado.
Gente, o sanduíche era muito, mas muito saboroso
e grande pra valer, nem almocei depois =P
Mas já que falei do pedido mais famoso da casa,
eis que retornei à Banca 40 exclusivamente para experimentar a
salada de frutas com sorvete, não poderia deixar de saboreá-la.
Pedi uma salada de frutas pequena com sorvete de cheesecake,
preciso dizer mais alguma coisa?
Para meu delírio, entre o sorvete e a salada de
frutas havia uma camada de paçoca. Morri.
A Banca 40 guarda sua história e suas memórias,
e seus clientes saem dali satisfeitos e loucos para voltar. Minha conta,
somando os dois dias, ficou em pouco mais de 19 reais, muito bem
investidos, pode apostar!
E para não desperdiçar texto bom e já escrito
(risos), trago pra vocês mais uma crítica minha originalmente postada no Fila K!
E dessa vez trago um filme alternativo, do cinema canadense.
O cinema canadense tem nos proporcionado
excelentes filmes nos últimos anos: Incêndios (Incendies,
2010), Eu Matei Minha Mãe (J'Ai Tué Ma Mère, 2009)
e A Minha Versão do Amor (Barney’s Version, 2010) são
alguns desses casos. Ocorre que O Vendedor (Le
Vendeur) novo longa vindo de lá, dirigido e roteirizado pelo estreante
Sébastien Pilote, fica um tanto atrás em qualidade.
De imediato, em sua cena inicial e ainda antes
da apresentação do título do filme, observamos sem maiores explicações um
guincho remover um animal morto em um acidente à beira da estrada. Pouco tempo
depois o foco é outro, um carro acidentado. Esse é o ponto de partida para a
história que acompanharemos ao longo das quase duas horas do filme.
Em uma cidade assolada por um inverno
extremamente rigoroso, onde a neve marca sua presença em toda e qualquer
superfície à mostra vive Marcel Lévesque (Gilbert Sicotte), um homem de 67 anos
que nem de longe pensa em se aposentar.
Marcel por 16 anos consecutivos é considerado o
melhor vendedor da loja de automóveis da cidade. Seus métodos, suas artimanhas
para a venda são parte de seu sucesso e nada parece capaz de abalar tal
estrutura construída ao longo dos anos. Suas outras únicas paixões são a filha
Maryse (Nathalie Cavezzali), dona de um salão de cabeleireiros e o neto Antoine
(Jeremy Tessier), garoto inteligente, além de promissor jogador de hóquei.
Morando em frente ao estabelecimento, o vendedor
faz de seu emprego sua vida, é o primeiro a chegar e o último a sair da loja.
E, por mais que a filha ou o neto, ou mesmo seus colegas de trabalho o
incentivem a parar, a se aposentar e descansar, esse não é seu objetivo. Seu
trabalho é o que torna seus dias necessários, e se fazer presente dentro deste
ciclo é de vital importância para ele, seja vendendo, seja auxiliando na retirada
da neve que se acumula por sobre os carros.
O rigoroso inverno poderá trazer sérias
consequências, dentre as quais a falência da principal empresa da região,
deixando a economia abalada e com ela sua população local. E neste ponto reside
o principal problema do roteiro de Sébastien, pois insiste a todo o momento em
colocar tal fato em cena, quebrando a narrativa desnecessariamente, visto que
obviamente o foco do filme não é esse, e sim a vida de Marcel.
A direção de fotografia de Michel La Veaux não
encontra muita opção em um cenário assim, mas por mais que a paisagem
praticamente não mude, ele consegue fazer um bom trabalho, entregando belas
tomadas em que a neblina e a nevasca são os principais elementos na tela. Os
sons diegéticos são bem utilizados e de grande importância para o conjunto da
obra, tais como do vento e da neve.
No tocante às atuações, Gilbert Sicotte empresta
ao seu personagem exatamente o que ele precisa, entregando Marcel como uma
pessoa reservada, sem maiores ambições além de seu trabalho e quase livre de
expressões. São poucos os momentos em que o vemos sorrir ou demonstrar algum
outro tipo de emoção. E em determinado momento esperamos que ele tome a decisão
correta, pois é o personagem por quem torcemos e percebemos as poucas coisas
que lhe trazem um pouco de alegria e determinação. Em contrapartida o elenco de
apoio se mostra no limite, sem maiores destaques, já que permanecem menos tempo
em cena.
O Vendedor é
um filme fraco? Sim, mas com alguns pontos a favor. Talvez a história de vida,
e por que não dizer de superação de Marcel, empreste certo carisma ao projeto,
fazendo com que não seja de todo ruim, que tenha sim seus momentos previsíveis
e descartáveis, mas que ao final da projeção não deixa a sensação de tempo
desperdiçado.
Obs.:
Crítica postada originalmente e na íntegra em 15/01/2012 no Fila K.
Mercado Público de Porto Alegre, bancas G, H e I
– Quadra III – Centro – Porto Alegre/RS
Fone: (51) 3226 3207 / 3226 3533
Horário de funcionamento: de 2ª a 6ª das 8h às
19h30 e sábados das 8h às 18h30
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