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25/01/2013

O Artesão

Em mais um momento a fim de conhecer novos locais, fomos conhecer O Artesão, com a promessa de um happy hour bem servido.


Dito isso, vamos aos fatos: fizemos uma reserva para utilizar o cupom após o dia de Natal (26/12) e quando da reserva foi nos dito que não existia problema algum nessa data. O local abre a partir das 17h30. Era um dia agradavelmente chuvoso, ventava e a temperatura estava uns 20 graus a menos do que os 40 e tantos do sufocante dia de Natal. Chegamos ao local em torno de 17h15, e ficamos esperando abrir o local. Às 17h30 abriram as grades e começaram a retirar algumas mesas que estavam na rua. E nós quietos. Quando retiraram todas as mesas, perguntamos se iria abrir agora. E o dono (Paulo) disse: não, hoje não iremos abrir...!! Argumentamos sobre nossa reserva e tudo mais e o dono ainda alegou que a reserva foi feita na corrida, anotou e esqueceu que tinha reserva para esse dia, que ao meio-dia o movimento tinha sido fraco e que não iriam abrir de noite. Em outras palavras: não abriremos só para vocês, prejuízo na certa. Nisso lembrei-me do agradável Piccola Cucina, a primeira matéria do Cinéfilos Famintos:

“Até chegar ao local o cenário era deserto: ruas plenamente vazias, grades abaixadas nos mais diversos comércios e bares, incluindo aqueles que tradicionalmente ficam abertos. Mas, o do nosso destino, esse sim estava aberto e funcionando. Mesmo que apenas para nós.”

A matéria completa você lê aquiO Piccola Cucina, em um dia de calor insuportável, honrou seu compromisso, respeitou seus clientes e abriu suas portas. ‘Apenas para nós’. O Artesão não, porque o movimento de manhã foi pouco, de noite será igual ou pior... Resumindo: pedi um cupom a mais, o que iriam nos oferecer pela perda de tempo, o deslocamento, planos frustrados e outros. O dono (Paulo, lembrem-se do nome) nos ofereceu mais uma porção de Picanha, para voltarmos em outra data. Ali já tentamos marcar para a sexta da semana seguinte, que não teria problema, mas mesmo assim ele pediu para ligarmos na semana seguinte (não estou dizendo que a coisa é bagunçada ou desorganizada, cada um tire suas conclusões). Quando ligamos na quinta da semana seguinte, o discurso era de que poderíamos ir na sexta, mas teria que ser na rua, dentro da casa (com ar condicionado, leia-se) já estava reservado... estava ficando muito complicado de ir ao local. Ainda argumentamos que já tínhamos combinado a reserva com o Paulo e a pessoa disse que ele era o Paulo ao que a Luciana disse: “bom, então o local tem duas pessoas de nome Paulo ou eu falei com você mesmo”. Silêncio do outro lado da linha. Na sexta de tarde tentamos então marcar para a outra semana e o Paulo já disse que poderia ser naquela sexta, mas agora nós é que tínhamos outros planos, nem todos tomam atitudes em cima da hora Paulo, muita gente tem planejamento e organização.

E na semana seguinte, conforme reserva, fomos ao local. Chegamos um pouco mais tarde (mas no horário reservado, 18h30), pois nessa lenga lenga as férias já tinham terminado e tudo mais. De cara, quando falamos que tínhamos uma reserva, uma das funcionárias disse: mas terá que ser na rua, pois aqui dentro já terá uma formatura... PORRA, ae eu, que sou mais comedido, disse: AE NÃO, NA RUA NÃO FICAREMOS! Nossa sorte foi a que tinha um funcionário, um garçom extremamente habilidoso, o Jeison, que na mesma hora nos perguntou se poderíamos ficar em um espaço dentro da casa, mas próximo da porta... sem problemas cara, só queremos a reserva conforme o combinado. E assim começa nossa jornada, agora presencial e para de fato aproveitar um Happy Hour, em O Artesão.

Tiramos poucas fotos, pois o local já estava todo organizado para uma formatura, que aconteceria após as 21 horas...




As mesinhas do lado de fora, que não tinham problemas nem nada, mas quando está quente (e é verão = estava) queremos ventilador/ar condicionado e tudo mais...



Mas sobrou tempo para um clique no tatu...



E a primeira parte do cupom chegou, 4 long necks, muito, mas muito geladas, em um balde de gelo de respeito...



E então entrou nosso prato principal, que era O Artesão: consistia em 1,5 kg entre picanha cortada em filetes, ovo de codorna, polenta, pão, queijo... tudo na chapa e bem quente!



Sim, ela merece uma nova imagem, mais de perto...



Tudo isso acompanhado por um molho de mostarda da casa e também uma farofa esperta... da hora!



No fim das contas o balde com a cervejada ficou assim, acabamos com todas, bem rapidamente...



No fim, ainda tinha comida na chapa, mas... cansamos... sim, é muito saboroso, é muito bom e principalmente muito bem servido (para sobrar comida para os titulares deste blog, sem pedir porção extra... nada mais precisa ser dito). Em função de toda a confusão do esquecimento da reserva, o Paulo, como foi dito antes, ofereceu uma porção extra do que saboreamos... e o Jeison, um baita garçom, que a todo momento veio em nossa mesa ver se estava tudo ótimo, se queríamos algo mais, etc... pedimos para ele aparecer na foto, com parte do que havido sobrado, para levarmos para casa (e acreditem, sobrou muito mais do que isso, como podem ver na foto, com as embalagens mais a frente!)



Como não consumimos nada além do nosso pedido, o valor final ficou em pouco menos de 28 reais (sem cupom ficaria em torno de 55 reais, um pouco mais que isso). E não, não nos cobraram 10%.

No fim das contas podemos dizer que a comida pra lá de saborosa e bem servida e o atendimento sempre educado e prestativo do Jeison (e até uma funcionária da cozinha que apareceu no fim, quando fomos acertar a conta), acabaram fazendo com que a ida até O Artesão não fosse de toda ruim. Foi muito boa, mas fica o lembrete: para nós, é sempre válido ir a um local mais de uma vez, ao invés de, de cara já falar mal ou cancelar cupom. Mas, para a maioria da população, a primeira impressão é a que fica e para esse tipo de público, fazer pessoas se deslocarem ao local em um dia de chuva para o dono dizer que o local não irá abrir e nem lembrava/tinha esquecido da reserva, isso pode ser muito ruim para o estabelecimento.

E como falamos bastante sobre esquecimento ao longo do texto, escrevo um pouco sobre um filme que parece fechar bem com toda a matéria que vocês leram.

Eu já falei aqui sobre orgulhos, sentimentos de satisfação que todos temos. Alguns não aparecem de imediato, só após meses ou anos e anos. Para Cinéfilos isso pode acontecer de várias formas, mas uma delas é: sabe aquele diretor tal, que hoje é famoso? Pois é, lá no começo da carreira eu já via filmes dele no cinema. Christopher Nolan é um deles. Com a exceção de Following (que não foi lançado nos cinemas brasileiros), todos os filmes que ele fez, eu vi nos cinemas. E o primeiro foi Amnésia, um filme que em um primeiro momento te causa estranheza, mas com o passar do tempo você pensa nele, fica em dúvida, tenta esclarecer os fatos... é ótimo quando pensamos assim de um filme, mesmo tempos depois de o ver.



Em Amnésia observamos Leonard, corretor de seguros que após sofrer uma pancada na cabeça (em meio a um assalto que teve como vítima fatal sua esposa, após ser estuprada), não consegue mais se lembrar de eventos recentes de sua vida. Nem 5 minutos depois, ele já esquece o que aconteceu. Tal evento de amnésia anterógrada faz com que Leonard crie mecanismos para tentar não enlouquecer com sua doença, ao mesmo tempo que quer descobrir a identidade do assassino para cometer vingança. Seus mecanismos mais usuais são tatuagens pelo corpo e fotos registradas imediatamente ao fato, com sua sempre acompanhante câmera Polaroid.



O que diferencia o filme dos demais é justamente sua edição de imagens. Desde a primeira cena do longa (uma das aberturas mais brilhantes e originais  dos últimos 15, 20 anos), observamos a maneira como veremos a obra. Ao optar por mostrar a história de ‘trás para frente’ e emaranhando com diversos flashes em preto e branco, Nolan nos deixa mais próximo o possível do drama do protagonista, em que cada momento em que se desconcentra é o necessário para perder uma anotação importante, uma informação fundamental, a distinção entre quem é aproveitador e quem fala a verdade.



Alguns falam que Amnésia é um filme inovador e original. Outros falam isso do roteiro. Nem um nem outro, já tínhamos verificado filmes e roteiros com narrativa não linear. O fato é que a história criada a partir de um conto de seu irmão Jonathan, Christopher Nolan cria com seu Amnésia uma obra angustiante, cheia de pequenas pistas ao longo da projeção para tentarmos solucionar o caso insolúvel. Mesmo que às vezes o insolúvel seja criado pelo próprio Leonard, a fim de criar alguma razão para continuar vivendo sua vida, com sua doença. Passada mais de uma década, Amnésia permanece sendo um filme atemporal e que em cada nova revisitada, nos entrega mais detalhes e curiosidades que passaram despercebidas inicialmente... é ótimo quando encontramos isso nos filmes, encontramos isso e muito mais em Amnésia.


O Artesão
Avenida Dom Pedro II, 1223 – Auxiliadora – Porto Alegre/RS
Fone: (51) 3517 6001
Horário de funcionamento: 2ª a 6ª - almoço das 11h às 15h e jantar/happy hour das 17h às 21h30
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