Ir
a um local com expectativas é sempre perigoso: a decepção pode ser grande. Já tinha
lido muito a respeito do Constantino
Café, desde a localização, ambiente, pratos, todos sempre muitíssimo
elogiosos. Logo, era questão de tempo até conhecer o local. E senhoras e senhores,
que espetáculo de local!
Localizado
ao fim da Rua Fernando Gomes (cof cof, Calçada da Fama, cof cof), o local tem
seu nome identificado em meio uma vegetação verde e bem bonita. Adentrando ao
local percebemos que são dois tipos de ambientes, os na rua e os dentro da
casa. Na rua você poderá curtir o jardim, o ambiente natural e tudo mais. Até
pensamos em ficar ali, mas a Lu tem forte alergia a insetos que em menos de 2
minutos os mosquitos já tinham feito várias picadas nela. A solução foi irmos
para a parte de dentro da casa. Talvez nisso o único “pecadilho” da noite: o
garçom em um primeiro momento não aceitou muito bem nosso pedido, tentou
desconversar, que eram inevitáveis os mosquitos, etc. Mas, passado isso,
ficamos em um local mais calmo, praticamente só nosso durante toda a noite, em
um cantinho com um condicionador de ar na medida. E mal sentamos e começou a
tocar U2 ao fundo... Não tem como dar errado assim!
Pouco depois de nos acomodarmos a funcionária Michele veio
logo acendendo a pequena vela em nossa mesa, dando um charme ainda mais
especial ao local.
Bom, hora de começar os
trabalhos, não...?
De entrada, as famosas
panelinhas Le Creuset, sempre lindas, impecáveis, únicas. Optamos por uma de cogumelos e alho-poró... E com
pãezinhos extras! Que pães, que pães! Não apenas tendo suas beiradas crocantes,
mas o resto era algo macio e desmanchava a cada mordida, poderia comer puro,
mais e mais porções extras. E a panelinha... hummm... É difícil descrever a
delícia da entrada: cremosa, quentíssima, para comer de pé, sentado,
ajoelhado...
E depois...
O importante era não
sobrar nada, e pelo visto, não sobrou... Ou melhor, na próxima vez deixaremos
um pedaço de pão para limpar ainda mais a panelinha!
Em
meio a tudo isso, um vinho escolhido a dedo na humilde adega do Maza, um Graffigna
Syrah 2003. Um vinho encorpado, de um vermelho rubi intenso, aroma de início
mais forte e depois levemente frutado, marcante de boca, mas não em excesso, o
suficiente para ficarmos com aquele sabor por mais alguns instantes. O líquido
“dançava” na taça, tamanha a sua leveza.
Para
prato principal optei pelo curioso Camarão
grelhado em ramo de alecrim, e arroz Thai Jasmim com ervas.
E a Lu pela Picanha de cordeiro grelhada, com
batatinhas, cogumelos e aspargos.
Até esse momento nosso
atendimento estava de acordo com o local, ótimo. Mas a atenciosa Michele parou
de nos atender e apareceu o Jeferson. O cara foi 100, 1000%. Simpatia em
pessoa, ágil, sempre prestativo com nossas perguntas e sempre com um sorriso
sincero, motivador... Perfeito o atendimento!
Sobre os pratos, o arroz
estava suave, bem servido, funcionava muito bem com os camarões, que vinham em
um espetinho. Até mesmo o “rabinho” do camarão estava impecável, crocante. A
respeito da picanha, a Lu achou macia, ao ponto e com um sabor ainda mais incrível
quando associada aos complementos do prato. Os pratos foram devidamente limpos,
pouco sobrou no da Lu ...
...e
no do Maza só o palitinho, o alecrim e um rabinho de camarão...
Oops,
nem mais o rabinho do camarão!
Mas, uma noite assim nunca
será completa sem uma sobremesa a altura. O escolhido foi o crepe de Nutella com
sorvete de creme e calda de Nutella. O mundo poderia acabar naquele instante
que a visão daquele prato ficaria congelado eternamente em nossas retinas... O
crepe mergulhado na calda, levemente salpicado por açúcar de confeiteiro – que
inclusive dava um toque refinado também ao prato, por estar salpicado nas
bordas – o sorvete, e ainda o raminho de hortelã para o toque final. Esplêndido!
Não
sobrou nada!
A
Lu, como boa viciada em café, não poderia ir embora sem provar o café da casa: segundo
ela, um expresso encorpado, na temperatura exata e ainda com aquela famosa
espuminha que dá um algo a mais ao café.
A
conta chegou, em torno de 100 reais por pessoa, pouco mais pouco menos, como
fica claro na nota final. Considerando tudo que nos foi oferecido, saiu com um
custo x beneficio mais do que aceitável, adequado e que valeu a pena, MUITO
MESMO.
Fomos
embora satisfeitos feito crianças dos anos 80 que ficavam na frente da TV comendo
saco gigante de milhopã, tomando minuano limão e vendo desenhos dos Smurfs, tal
como o desenho na entrada da casa. Já imaginando o que pedir e quando iremos
retornar ao maravilhoso Constantino Café, TOP 5 entre as noites gastronômicas
de nossas vidas.
E já que falamos de U2 (Whith or Without You, no caso), fechar um post
de um excelente local com um filme de minha banda predileta... Entendo como
apropriado. Cd’s aos montes, dvd’s os mais variados, 2 shows no currículo (o
último deles você encontra aqui um relato breve e direto), sempre que surge um novo
trabalho envolvendo a banda irlandesa carrega um misto de expectativa e certa tensão.
Expectativa pela obviedade de escutar algo novo ou clássico, novos hit’s por
assim dizer. E tensão... Será que vale a pena um novo trabalho envolvendo a
banda, não seria um caça-níquel? Felizmente o documentário From the Sky Down está longe de ser um filme descartável. A mais
recente obra de Davis Guggenheim (diretor de Uma Verdade Inconveniente, Esperando o Super-Homem,
entre outros), mais do que abordar a criação do álbum Achtung Baby, de 1991,
traz à tona uma retrospectiva do que era a banda do momento, da sua ascensão
com o arrebatador Joshua Tree, e a incerteza com o resultado de Ratle and Hum.
É interessante ver a banda escancarar o que passava naquele período, as
dificuldades que cada integrante enfrentava. E mais do que isso, é empolgante
ver a banda finalmente assumir seu lado mais artístico e pirotécnico nas turnês,
e tudo começou com ZooTv (apenas uma pena que o filme mostre isso mas de forma
breve, poderia ter explorado mais esse ponto). No final das contas, From the Sky Down é um documentário que
funciona muito mais para os fãs da banda do que para o público geral, embora
possa ser assistido por todos os públicos, mas para os fãs da banda em
especial, é extasiante ver que a banda está longe de largar a rotina de novos
sons, shows e álbuns. Nada mal para uma banda com mais de 35 anos de carreira e
que faz com que este que vos escreve reafirme o que escreveu, lá no final do
texto do show de 2011: esses malditos irlandeses sabem das coisas.
Rua Fernando Gomes, 44 -
Moinhos de Vento - Porto Alegre
Fone (51) 3346 8589
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